*As Águias de duas faces*

Os jornais hoje estão veiculando uma informação muito interessante, principalmente para quem se dispõe a fazer uma pequena pesquisa pelo google para buscar mais informações: 
a comemoração líbia pela morte de Kadafi. Tudo bem, não é esse o ponto que quero discutir, mas sim, nestas mesmas reportagens, os governantes e portavozes do ocidente declarando que agora a Líbia entrará num novo momento de liberdade, execrando o militar que por cerca de 40 anos governou aquele país. 
Ora, em 2004, após uma reabertura diplomática da Líbia e a desistência dessa do seu programa nuclear, houve, segundo dados abertos ao público pelo Wikileaks e encontrados pelo atual governo de transição e pelos pesquisadores do Human Rights Watch, uma estreia colaboração entre a CIA e o ditador Kadafi. Segundo esses documentos, havia troca de armas e a criação de locais para "interrogatório" de suspeitos de terrorismo na Líbia, assim como os EUA mandavam para o ditador rebeldes para tortura. Os EUA, no caso dos interrogatórios que solicitou, chegou mesmo a enviar quais deveriam ser os questionamentos a serem feitos aos suspeitos, mas claro, como país humanitário que é, sempre assegurando os diretos naturais de cada preso. 
Para constar e para que não fique toda a crítica ao Tio Sam, esses mesmos documentos relatados em diversos sites da internet mostram cooperação também do MI5 e MI6, serviços de segurança britânicos. Essa cooperação teria sido terminada quando da subida de Obama ao governo dos EUA. Nada disso é exatamente uma novidade para nós, afinal basta lembrarmos das ainda recentes ditaduras latino-americanas e do papel dos EUA nesse momento histórico. 

Valdemir Vicente 
Aluno de Letras 
Trabalhador em Gravataí 
Movimento Contestação

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