NOTA DA FEMEH REFERENTE À INVASÃO DA PM AO PINHEIRINHO

“Quando morar é um privilégio, ocupar é um direito!”
Na manhã de hoje, domingo, 22 de janeiro de 2012, os moradores da comunidade do Pinheirinho, próxima a São José dos Campos, foram acordados pela invasão da Polícia Militar. Com cerca de 2000 policiais, dezenas de carros, dois helicópteros, os policiais iniciaram uma brutal reintegração de posse do terreno, ocupado em 2004 e que nos últimos dias esteve em disputa entre os moradores e a empresa antes proprietária, a falida Selecta.
Nós, estudantes de História reunidos no Conselho Nacional de Entidades de História (CONEHI), repudiamos esta ação da PM. Queremos manifestar nosso total apoio aos moradores da ocupação, que sofreram com a perda de 8 pessoas assassinadas e muitas mais que foram feridas pela força militar durante a ação ilegal de reintegração de posse que culminou ainda na prisão arbitrária de Ivan Valente (PSOL), Eduardo Suplicy (PT) e Zé Maria (PSTU). Saudamos e apoiamos também a resistência da comunidade.
Atualmente, juntamente com diversos movimentos sociais, organizações, entidades, nós da FEMEH levantamos a bandeira pelo direito à memória recente do nosso país através da abertura dos arquivos da ditadura civil-militar e da punição dos responsáveis pelos crimes de tortura e assassinato ocorridos em tal período. Isto se dá por entendermos que o esquecimento e a não punição permitem que continuem acontecendo violações dos direitos humanos no Brasil, como despejos, execuções sumárias, práticas de torturas etc. Estas violações são uma realidade corriqueira, são a regra e não a exceção do “Estado democrático de direito”.
O que vimos hoje no bairro Pinheirinho evidencia que tal luta não consiste numa forma de “revanchismo” da esquerda, como certos setores da direita insistem em colocar. Também é falacioso o argumento de que o Brasil hoje vive um momento de “conciliação”, ideia absurda numa sociedade de classes. A abertura dos arquivos da ditadura e a punição dos responsáveis pelos crimes cometidos no período, em nossa concepção, será um primeiro passo para a superação dos abusos e desrespeitos aos direitos humanos no nosso país, numa caminhada que só terminará na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, que supere os limites impostos pelo capitalismo à classe trabalhadora e, no limite, a toda humanidade.
Abominamos o brutal massacre das/os moradoras/es do Pinheirinho! Todo apoio ao Pinheirinho e a todas as lutas realizadas pela classe trabalhadora!
São Paulo, 22 de janeiro de 2012
Federação do Movimento Estudantil de História


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