PSD, um partido renovador?


No dia 27/09 o TSE autorizou que o novo partido PSD, formado por dissidentes do DEM, apresente candidatos já para a eleição de 2012. Numa entrevista hoje de manhã para a Rede Globo, Kassab prometeu que o seu partido traria diversas mudanças para a sociedade brasileira. Vejamos agora alguns detalhes sobre o partido:

Em primeiro lugar, após a indefinição da orientação ideológica do partido, que se dizia não ser nem de direita, nem de esquerda, nem de centro, Kassab na entrevista o definou como de centro. Ao ser perguntado se, mediante a homogeneidade de grande parte dos partidos do Brasil, como o PSD se comportaria quanto ao alinhamento ao governo federal, Kassab disse que ele seria independente: quem apoiasse a Dilma continuaria apoiando e quem era de oposição continuaria na mesma posição. A partir disso, o partido tomaria uma direção unitária. Se pensarmos um pouco, veremos que o Kassab não disse nada, pois em um ponto básico como alinhamento ou não com a política de Brasília, ele diz que parte do seu grupo vai apoiar e parte não. Para reforçar o dito acima, numa reportagem de março de 2011 da Carta Capital, temos essa frase do prefeito de São Paulo: “Não existe mais no mundo partido de direita ou esquerda [...] Vamos apoiar a Dilma para ajudá-la a ser uma boa presidente. Em São Paulo, fazemos parte da aliança vencedora ao lado do governador Alckmin. Ficaremos aliados até o final da sua gestão”. (O link dessa reportagem está em http://www.cartacapital.com.br/politica/kassab-lanca-manifesto-de-criacao-do-psd) Posição cômoda, não?

Segundo ponto a ser abordado é quanto à reforma que ele deseja fazer. Kassab disse que um dos projetos é a formação de uma equipe dentro do congresso para uma revisão e proposta de modificações de nossa constituinte de 1985. Até aí, a ideia não é de todo mal, mas o problema reside em quem está dirigindo esse projeto: a nossa senadora ruralista Kátia Abreu. Sim, a principal representante de um dos setores mais retrógrados dentro do nosso quadro político é quem encabeçará o projeto de uma reforma constituinte. Quem conhece de realidade brasileira não precisa pensar em para quem essa reforma será benéfica.

Enfim, aí está mais um partido anunciando uma reforma política sem ter nada além das mesmas figurinhas carimbadas da política neoliberal, um ser indefinido quanto ao governo mas muito bem definido pelo que podemos ver sobre para quem ele trabalhará e que já conta com um apoio de cerca de 500.000 pessoas, requisito básico para a aprovaçãode sua fundação. Bons tempos não vemos no horizonte.
 
Texto de Valdemir Vicente - Movimento Contestação/RS 

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