Ataque aos "social-desenvolvimentistas": Ministro Moreira Franco decide tirar Pochmann do IPEA

14/02/2011

O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), o peemedebista Moreira Franco, vai tirar o economista Márcio Pochmann do comando do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A informação é de Rui Nogueira e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 14-02-2011.

Moreira Franco ainda está conversando com assessores para definir os nomes da nova diretoria, mas há duas queixas generalizadas: com a qualidade e a profusão de pesquisas do Ipea e com a decisão de Pochmann segurar a liberação (por empréstimo) de pesquisadores altamente capacitados para cargos no governo Dilma Rousseff. "Isso não é assunto para ser tratado pela imprensa", disse ontem o ministro.

Segundo o jornalista, "apesar de ter assumido criticando a falta de pesquisas estratégicas, de longo prazo, Pochmann é acusado de transformar o Ipea numa máquina de coletar números para apoiar o governo. "Se eu quero saber o que a população está achando do SUS eu contrato o Ibope", desabafou Moreira Franco, em conversa recente".

Deputado Paulo Paim (PT-RS) se rebela contra proposta de mínimo do governo
14/02/2011

Paim garante, porém, que não está sozinho. "Tenho conversado com as centrais sindicais e com deputados, inclusive alguns do PT, e há muita gente pedindo um entendimento em torno dos R$ 560", disse ao Estado.

O assédio a setores do PT ligados ao movimento sindical faz parte da estratégia das centrais sindicais para a votação prevista para ocorrer na Câmara já na próxima semana. Coube principalmente à Central Única dos Trabalhadores (CUT) procurar deputados do partido da presidente Dilma Rousseff. O trabalho é para evitar que o PT feche questão pelo mínimo de R$ 545. Sem fechamento de questão, os sindicalistas acreditam que dá para conseguir muitos votos na bancada petista.

Renegociação

Paim nega que o seu caminho seja de abrir uma dissidência. O senador pede a reabertura da mesa de negociações e que o valor de R$ 560 seja aceito pelo governo. "Qual o problema de antecipar um pouco o aumento do ano que vem?", indaga o petista. "Se a Previdência estivesse tão mal, o governo não discutiria a redução da contribuição sobre a folha. As centrais souberam recuar dos R$ 580 para os R$ 560. Manter uma posição inflexível não fará bem a ninguém."

O PT não é o único foco de ataque das centrais. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) está tentando conquistar votos nas bancadas do PC do B e do PSB. A Força Sindical tem ao seu lado o PDT e conta com o fato de Paulo Pereira da Silva, seu presidente, ser deputado federal para conseguir votos em outras bancadas.

A indicação de Vicentinho (PT-SP) para relatar a matéria não assustou os sindicalistas envolvidos no trabalho direto com os parlamentares. Na avaliação d eles, o ex-presidente da CUT cometeu um erro político ao aceitar a função e se posicionar contra a categoria.
O Estado de São Paulo (Eduardo Bresciani)


Fonte: Bancários na Luta

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