Prensa Latina - O navio francês "Ile de Batz" começou ontem a instalação de um cabo submarino de fibra óptica de Venezuela para Cuba que permitirá melhorar a conectividade internacional do país antilhano com o mundo. O presidente da República, Hugo Chávez, afirmou anteontem, durante um encontro com a militancia do Partido Socialista Unido da Venezuela, que com essa iniciativa se deixará de depender dos Estados Unidos para a interconexão e se estabelecerá uma rede de comunicações seguro e confiável. E é que Cuba se liga à Internet por satélite desde 1996 com um largo de banda que lhe permite mal 379 megabytes por segundo primeiramente e 209 de saída. O bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto Washington há mais de meio século tem-lhe imposibilitado o acesso ao cabo de fibra óptica. "São 1.600 quilômetros de união, de integração, entre nossos povos", sublinhou Chávez, no sábado passado, durante a exposição dos resultados de seu gerenciamento em 2010, ante a Assembléia Nacional. Talvez no futuro chegue "aos mesmos Estados Unidos", disse ao afirmar que "em algum dia acabará esse bloqueio a Cuba injustificado, terrível, arbitrário do governo mais poderoso do mundo sem nenhuma razão". Este projeto está enquadrado na Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA), na qual Cuba e Venezuela celebraram a criação de uma empresa mista sob o nome de Telecomunicações Grande Caribe S.A. (TGC). Chávez autorizou a 15 de outubro de 2007 a criação dessa empresa mista para o desenvolvimento do Sistema de Cabo Submarino entre os dois países, mediante decreto Nº 5.635 publicado na Gazeta Oficial Nº 38.791. O sistema estará gerenciado por ambas partes as 24 horas dos sete dias da semana, e controlado em sua totalidade por pessoal técnico especializado das dois nações. A linha, com cerca de 1.600 quilômetros de longitude, se extenderá desde La Guaira, no estado de Vargas, até a praia Siboney, na oriental província de Santiago de Cuba. Mais tarde, se montará um segundo trecho de 200 quilômetros que unirá a ilha com a Jamaica. O cabo, uma vez instalado, propiciará a Cuba multiplicar por três mil a velocidade de transmissão de dados, imagens e voz, com um largo de banda de 640 gigabytes e capacidade para 10 milhões de transmissões telefônicas simultâneas. A instalação, a um custo de 70 milhões de dólares, corre a cargo da empresa franco-chinesa Alcatel Shanghai Bell. Depois de um minucioso estudo determinou-se que nas zonas mais profundas como a fosa de Bartlett, no sul de Santiago de Cuba, o cabo levará um revestimento especial com cordas de aço que lhe darão maior resistência às pressões e correntes oceânicas. A cobertura também o protegerá de possíveis ataques de animais. Seu serviço será totalmente redundante e protegido, com recuperação em caso de falhas, que incluem a ruptura do cabo. Contará com capacidades facilmente escaláveis e interconectadas, de acordo com as necessidades de crescimento. O Presidente Chávez explicou que no futuro terá conexão aberta para países do Caribe e da América Central, como República Dominicana e Haiti, entre outros. |
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