Protesto contra falta de emprego bloqueia ponte do Brooklyn nos EUA


Jovem é preso durante a confusão
Jovem é preso durante a confusão
Foto: Reuters

CARLA RUAS

Direto de Nova York

Centenas de pessoas foram presas em Nova York, nos Estados Unidos, durante protestos do grupo Occupy Wall Street contra o alto índice de desemprego e o apoio do governo aos bancos. Os manifestantes realizaram uma marcha e cerca de 200 ficaram retidos por cerca de uma hora após se sentarem no meio da ponte do Brooklyn, que liga os distritos de Manhattan e Brooklyn, bloqueando o tráfego.

CARLA RUAS
Direto de Nova York
Segundo o jornal New York Post, cerca de 100 carros enfrentaram o congestionamento provocado pelo protesto. Uma das manifestantes, Sarah Collins, 20 anos, tuitava a situação a cada minuto. "As pessoas precisam saber o que está acontecendo aqui", disse, logo após ser liberada.
O dia de hoje marcou o ápice de uma ação que começou há duas semanas a partir de jovens da classe media inspirados na revolta árabe. Cerca de 2 mil pessoas se reuniram no sul da ilha de Manhattan para protestar com cartazes contras grandes corporações. Além disso, um acampamento na praça Zucotti, próximo a Wall Street, abriga centenas de participantes por noite.
De acordo com um dos organizadores, Hero Vincent, 21 anos, a ideia inicial era protestar contra os privilégios dados as grandes empresas enquanto a desigualdade e o desemprego aumentam no país. Mas agora o objetivo ficou mais amplo. "Nós estamos reunindo todos os insatisfeitos afetados com este sistema falido. Estamos dizendo que alguma coisa tem que mudar".
Um dos que se juntou ao grupo recentemente foi Harris Daniels, 31 anos, integrante da Organização Uhuru pela justiça social das minorias. Ele, que veio da Filadélfia na quinta-feira, admitiu que no início era contra a mobilização. "Mas o discurso desenvolveu nos últimos dias de uma oposição a Wall Street para uma ação contra a atual situação política e econômica", disse.
Ele pretende ficar acampado por alguns dias, e depois retornar para sua cidade, onde vai atuar num grupo semelhante recém criado na Filadélfia. "Acho que o futuro é a descentralização. Temos que nos apropriar deste momento de mobilização", disse. Além da Filadélfia, outras 50 cidades americanas estão organizando núcleos próprios, além de Londres e Madri.
Acampamento cresce a cada dia
No meio do Distrito Financeiro de Manhattan, um acampamento nos moldes do acampamento da juventude do Fórum Social Mundial aumenta a cada dia. Durante a noite, pelo entre 100 e 300 pessoas dormem em sacos de dormir. Durante o dia, visitantes, apoiadores e curiosos lotam o espaço para participar de discussões políticas, assembleias e manifestação culturais.
Apesar de ganhar cada vez mais agregados, o acampamento mantém uma organização impecável. Há equipes específicas para atendimento médico, alimentação, limpeza e assessoria de imprensa. Os voluntários selecionam e organizam para os acampados doações que chegam a todo instante de roupas, comida e medicamentos.
Troy Telford, 22 anos, integrante da equipe de limpeza, explica que esse é o único jeito de manter o acampamento ativo. "Se tiver lixo no chão vamos acabar sendo expulsos daqui", diz. Ele veio de carona há uma semana do estado de Delaware para participar do movimento. "Eu estou desempregado e não tenho dinheiro para pagar a faculdade. E isso não está certo. Eu tinha que fazer alguma coisa", disse.

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