Quem acompanhou o teaser da novela Guerra dos Sexos,
que estreou em 1º de outubro, se deparou com esses dois versos que
permeiam o senso comum quando o assunto é a “disputa entre homens e
mulheres”. A novela das 19h é um remake da versão de 1983 e aposta na
mesma velha fórmula de colocar homens e mulheres em lados opostos, como
se a vida fosse um ringue.
Pois bem, acho que ninguém espera uma trama revolucionária, uma total
quebra de estereótipos em novelas da Globo. Mas, após um sucesso como Cheias de Charme,
com três protagonistas mulheres, trabalhadoras e próximas a boa parte
da população brasileira, Guerra dos Sexos soa como algo fora do tempo.
Estamos em 2012 e ainda falamos de homem e mulher como categorias
estáticas. As representações do que é ser homem e ser mulher ainda caem
no padrão heterossexual, cis*,
branco. Mas mesmo seguindo esse estereótipo, a questão é que o Brasil
mudou, as relações mudaram, mas Guerra dos Sexos ainda nos apresenta
personagens com a cara da década de 1980: mulheres frágeis, inseguras,
disputando o amor de um homem. Homens viris, fortes, prontos para a
briga.
Algo que, nós, feministas ainda lutamos para desconstruir, seja na
mídia, seja no local de trabalho ou na mesa do bar, a idéia de que
estamos no mundo para nos impor sobre os homens, ou a idéia mais
ridícula de todas, de que machismo e feminismo são faces de uma mesma
moeda.
Posso afirmar com bastante segurança que as feministas, em nenhum momento, vão pedir a extinção dos homens (como se isso fosse possível) ou declarar que são superiores. O que feministas fazem no seu dia a dia, na sua militância é construir um mundo de igualdade, entre homens e mulheres, incluindo todas as performances que possam aparecer aí.
Texto de Lis Lemos, em Blogueiras Feministas
0 comentário(s):
Postar um comentário
Deixe sua sugestão, crítica ou saudação juntamente com seu contato.