movimento contestação

Eu acredito em Marcelo Freixo

Nos acostumamos a construir heróis no Brasil. Definitivamente não os do tipo bons mocinhos, ou genros preferidos, muito menos aqueles líderes de clichês americanos dos anos 90.
Tivemos vários capitães nascimento nas páginas de nossos jornais, já tão desacreditados. Alguns lulas e muitos protógenes. E esses heróis sempre foram amados, nos momentos certos, e odiados, nos momentos certos.
Eles precisavam existir, eram o reflexo da nossa sociedade. Mostravam o jeitinho brasileiro. Aquele mesmo jeitinho que damos para fazer as coisas funcionarem mais rápido, para demorarmos menos nas filas dos bancos, ou para chegarmos em casa mais cedo. 
Esse famoso jeitinho sempre funcionou, e nunca nos importávamos com as conseqüências para os outros, com os meios que usávamos. Um dia dava certo, outros não, assim balanceávamos nossa vida. 
Se a violência era muita, reprimíamos ela. Se era impossível vencer as eleições, fazíamos alianças. Se não tínhamos força para prender os ladrões, ao menos colocávamos fogo no circo. E quando nossos métodos eram questionados? Crucificávamos nossos eleitos. Fazíamos nossa catarse.
Assim fomos levando, dia após dia, ano após ano. Só que chega uma hora que você percebe que todo esse sistema não dá mais resultado. Ele se engessa, e se estanca. E não é mais possível colocar um band-aid na ferida, o sangramento já está muito grande. 
É necessário tirar todos os panos apodrecidos, limpar o corte com água oxigenada, sentir a dor, curar de vez. 
E a hora de fazer isso já chegou. Não podemos mais deixar para lá, não se importar, fingir que não é conosco. Não podemos mais jogar a culpa nos outros, deixar que decidam o que fazer com nosso dinheiro, deixar que decidam o que fazer com nosso governo.
Já é mais do que hora de parar com o discurso que eu não gosto de política, e sair reclamando do ônibus cheio. Já deu de perceber que essas duas coisas estão ligadas.
Hoje, o Rio de Janeiro tem um privilégio que só posso supor, nenhum outro lugar do Brasil possui. Essa cidade tem a chance de colocar não no poder, mas sim na organização dela um nome que se propõe exatamente a isso: Mudar as coisas.
Marcelo Freixo não tem comparação aos outros candidatos. Não porque suas propostas ou seu caráter sejam muito superiores aos dos outros (ainda que sejam), mas porque propõe uma nova maneira (já muito antiga) de governar. Com o povo, junto do povo, e não somente “para” o Povo.
Por muitos anos aquele famoso discurso de que nosso papel é o de eleger representantes para tomar conta das coisas já se tornou ridículo. É impossível fazer um governo para o povo, sem a participação desse. E exemplos para comprovar isso, temos de sobra. 
Precisamos assumir as rédeas do nosso futuro. Se sabemos o que queremos, vamos fazer acontecer, e não esperar que um milagre resolva as coisas. 
Vai dar trabalho? Vai, e muito.  Vai ser difícil? Com certeza. Vamos ficar cansados, pensar em desistir, desacreditar-nos? Sim, diversas vezes. Só que cada vez que isso acontecer, nós vamos simplesmente levantar nossas cabeças e olhar ao nosso redor. E a convicção de que o que estamos fazendo é mais do que necessário, será nosso combustível.
Eu acredito que podemos fazer mais do que fazemos hoje. Eu acredito que podemos ter orgulho de um governo. Eu acredito que podemos participar da construção de uma nova cidade. Eu acredito que podemos mudar, e podemos mudar agora.
Eu acredito em Marcelo Freixo.


Gabriel Antunes Hess

Movimento Contestação RJ