Estoura o prazo para PUCRS deixar de reconhecer gestão do DCE

Desde junho, estudantes pedem a saída do atual DCE da PUCRS, que estaria usando meios ilegais para perpetuar-se no comando do diretório | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Felipe Prestes
No dia 24 de junho o Conselho Universitário (Consun) da PUCRS aprovou resolução pela qual a universidade não iria reconhecer a atual gestão do DCE caso não fosse convocada eleição para o diretório até esta quinta-feira (1º). O prazo estourou sem que fosse convocado o pleito. O Sul21 tentou saber que medidas a PUCRS irá tomar, mas não obteve resposta. A reportagem contatou a assessoria de imprensa da universidade pela primeira vez por volta das 15h desta quinta e a última vez às 20h.
O presidente do DCE, Thiago Brozoza, que tem mandato até o final de 2012, afirma que a entidade não teria como cumprir a resolução. “Quem marca eleição não é o DCE, mas o conselho de DAs e CAs (diretórios e centros acadêmicos) e isto só pode ser feito com o término do mandato do DCE. Nós não temos como chamar eleição”.
Brozoza conta que logo após a resolução do Consun, o DCE explicou para a universidade que a resolução não poderia ser cumprida. “O conselho não sabia que não éramos nós que convocávamos a eleição. Logo após aquela resolução nós explicamos isto para a universidade”, conta.
O presidente do DCE diz que a PUCRS entendeu que realmente não poderia fazer nada e que também não teria como não reconhecer o diretório. Segundo ele, o Consun fez apenas uma recomendação, e isto no calor dos protestos que marcaram o mês de junho na universidade. “A PUCRS recomendou nova eleição porque estava preocupada com os tumultos no campus causados por estudantes ligados ao PSOL. Agora está tranquilo, houve quatro eleições para CAs, sem tumultos, e duas delas foram vencidas pela oposição, inclusive”, afirma Brozoza.
Para o estudante Johnnantha Hirano, do Movimento 89 de Junho, de oposição, a resolução do Consun acabou sendo mais prejudicial para eles do que para o grupo que está há cerca de duas décadas à frente do DCE. Isto porque a resolução também previa a “instauração de procedimentos administrativos para apurar responsabilidades”, o que acabou, de fato, acontecendo. Trinta e seis estudantes da oposição estão sendo investigados pela PUCRS e apenas seis da situação.
“A decisão do Consun foi uma falsa vitória. Desmobilizou os estudantes e foi dela que se tirou a sindicância que está criminalizando os estudantes”, opina Johnnantha. Enquanto isto, ressalta, o DCE continua aberto recebendo a contribuição da universidade. O estudante afirma que uma reunião do grupo deve decidir de que forma se vai pressionar pelo cumprimento da resolução do Consun que prometeu deslegitimar o DCE. “Vamos fazer pressão externa e interna. A gente já sabia que devíamos estar mobilizados, que não dá para esperar pelas vias burocráticas”.

0 comentário(s):

Postar um comentário

Deixe sua sugestão, crítica ou saudação juntamente com seu contato.

 

© 2009-2012 movimento contestação