Grécia registra confrontos em primeiro dia de greve geral

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Confrontos explodiram nesta quarta-feira entre grupos de jovens e a polícia perto do Parlamento grego no centro de Atenas, à margem de uma gigantesca manifestação contra o plano de austeridade do governo no primeiro dia de uma greve geral de 48 horas.

Veja fotos dos confrontos entre manifestantes e policias
Muitos jovens manifestantes portavam capacetes e no início da tarde (horário local) houve outros relatos de confrontos longe da manifestação principal envolvendo jovens mascarados e vestidos de preto contra a polícia.
Quase 200 jovens atiraram coquetéis molotov e pedras contra policiais que impediam o acesso ao Parlamento, provocando a resposta das forças de segurança com bombas de gás lacrimogêneo, enquanto 70 mil pessoas, segundo fontes oficiais, avançavam para a praça central de Atenas.
De acordo com a polícia, mais de 125 mil pessoas saíram às ruas hoje na capital grega, em Salônica (norte) e outras cidades do país, o que representa uma mobilização recorde desde o início da crise da dívida em 2010.
Aris Messinis/France Presse
Policiais gregos se protegem de ofensiva de manifestantes que participam de greve geral em Atenas
Policiais gregos se protegem de ofensiva de manifestantes que participam de greve geral em Atenas
Os participantes começaram a se concentrar em frente ao Parlamento assim que o dia começou, e grupos de trabalhadores se reuniram em diversos pontos da capital antes de uma manifestação em massa prevista para o fim do dia.
Os manifestantes protestam contra um projeto de lei que contempla novas medidas de austeridade para reduzir a colossal dívida da Grécia imposto por seus principais credores internacionais, e que deve ser votado na quinta-feira pelo Parlamento.
O aperto fiscal tem sido a resposta do governo grego para atender às exigências do trio de credores conhecido como "troika" (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) e continuar recebendo a ajuda financeira.
Dezenas de viaturas da polícia estavam estacionadas na praça Syntagma, diante do Parlamento grego, onde os deputados discutem o projeto de lei apresentado pelo governo do primeiro-ministro George Papandreou. As autoridades disseram que 5.000 policiais foram mobilizados em Atenas e outros 2.000 estão em reserva.
A polícia fechou de maneira preventiva duas estações de metrô no centro da capital, onde milhares de simpatizantes do Partido Comunista estavam reunidos antes do início da manifestação.
Os dois principais sindicatos do país, GSEE, do setor privado, e Adedy, do funcionalismo público, convocaram a greve geral e protestos em Atenas e Salônica, cidade do norte do país, para coincidir com a votação do no pacote de medidas de austeridade.
Thanassis Stavrakis/Associated Press
Turistas checam horários de voos no aeroporto de Atenas durante greve que também afetou o setor aéreo
Turistas checam horários de voos no aeroporto de Atenas durante greve que também afetou o setor aéreo
Sindicatos, oposição e alguns economistas afirmam que as medidas só irão conduzir a Grécia a uma maior recessão. Muitos pediram a queda do governo socialista de Papandreou.
"Queremos que eles saiam, porque eles só podem nos trazer miséria", disse Dina Kolovou, 46, trabalhador municipal. "Este vai ser um enorme protesto."
A greve de 48 horas fechará departamentos governamentais, empresas, serviços públicos e até mesmo fornecedores de bens cotidianos, como lojas e padarias. Cerca de 150 voos domésticos e internacionais foram cancelados.
PEDIDO DE APOIO
O ministro de Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, pediu apoio nesta quarta-feira, enquanto os parlamentares se preparam para votar uma nova e dura rodada de medidas de austeridade.
"Nós estamos em uma luta agonizante, mas necessária, para evitar o ponto final e mais duro da crise", afirmou Venizelos a deputados antes da votação, que deve acontecer nesta tarde.
Ele disse esperar uma solução substancial e definitiva para a crise depois da cúpula da União Europeia no domingo. "A partir de agora e até domingo, nós estamos lutando a maior batalha de todas."
PREMIÊ
Ontem, o primeiro-ministro grego afirmou que esta semana é a mais crucial para a Grécia e para a zona do euro, uma vez que no próximo domingo os presidentes da região devem anunciar um plano de combate à crise da dívida.
Priso Gentsch/Efe
Pedestres gregos passam por entulhos de lixo em uma rua de Atenas acumulados por conta de greve
Pedestres gregos passam por entulhos de lixo em uma rua de Atenas acumulados por conta de greve
Na semana passada, o primeiro-ministro --que tem mau desempenho nas pesquisas de opinião-- desafiou os protestos, prometendo aprovar o profundamente impopular pacote que inclui aumentos de impostos, cortes de salário e aposentadoria, demissões e mudanças em acordos salariais coletivos.
O premiê fez um apelo pelo apoio dos gregos, antes da votação do plano que inclui aumentos de impostos, cortes salariais e demissões, exigido pelos credores internacionais que têm pressionado Atenas para medidas mais duras.
Segundo ele, o país trabalha com base nas decisões de 21 de julho, data em que os dirigentes europeus decidiram envolver o setor privado num segundo plano de ajuda ao país.
A Europa afirmou aos seus parceiros do G-20 no sábado (15) que a zona do euro apresentará um plano integral para resolver a crise da dívida na próxima semana, no encontro dos líderes da UE em Bruxelas.
A tempo para a reunião, o governo grego deverá votar no dia 20 de outubro um novo pacote de medidas de austeridade exigidas pela UE e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).

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