Alunos realizam primeiro ato da greve estudantil



Em caminhada da praça Santos Andrade à Reitoria da UFPR, estudantes manifestaram conta a precarização da universidadeCerca de 300 estudantes da UFPR realizaram na manhã dessa segunda-feira (8) a primeira mobilização da greve estudantil da universidade. A concentração iniciou às 11h na praça Santos Andrade e em torno de meio-dia os estudantes saíram em passeata. Os manifestantes passaram pelas ruas Alfredo Bufren e Amintas de Barros até chegarem à Reitoria da universidade. Após permanecerem alguns minutos no pátio do campus, momento para alguns discursos, os estudantes adentraram o prédio para entregar diretamente ao Reitor Zaki Akel a carta que oficializa as reivindicações estudantis. Os alunos exigem que até quinta-feira (11) a Administração se posicione sobre as pautas entregues.A categoria dos estudantes decidiu paralisar as atividades na quinta-feira passada (4), em assembleia geral realizada no RU central. Por entender que a greve dos servidores técnicos administrativos e o indicativo de greve dos professores representam lutas conjuntas por uma universidade melhor, ampla maioria estudantil optou por deflagrar a greve. Cada centro acadêmico está organizando assembleias específicas dos cursos que ocorrem esta semana. Hoje, segunda-feira (8), três centros acadêmicos já declararam estar paralisados: o de Ciências Sociais, o de Arquitetura e Urbanismo e o de Biomedicina.No pátio de reitoria, foram feitos alguns discursos em solidariedade à greve estudantil. A professora Melissa Rodrigues, integrante do Departamento de Psicologia e da diretoria da APUF-PR (Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná), enfatiza a importância da luta unificada para um futuro melhor para a universidade. “Todas as categorias estão sofrendo com a precarização da educação pública. Por isso, venho aqui saudar o ato de vocês e dizer que essa é uma luta de todos nós”, discursou Melissa.O estudante Celso França de Almeida é do curso de Tecnologia em Biocombustíveis do campus de Palotina. Ele veio a Curitiba representando os seis centros acadêmicos do campus, que sofrem com irregularidades graves relacionadas à segurança, iluminação e infraestrutura. “Alguns laboratórios não têm manutenção, o RU do nosso campus já não comporta a quantidade de estudantes e nossos professores estão sem condições dignas de trabalho por falta de espaço”, diz.Segundo Celso, ainda não foi decidida a adesão dos estudantes de Palotina à greve, pois o prazo dado pela reitoria para responder a algumas reivindicações dos alunos palotinenses ainda não venceu. “O prazo dado pelo reitor é para o dia 15 e é por isso que a greve ainda não foi deflagrada, mas damos total apoio à greve daqui. O que vocês decidem aqui tem reflexo lá em Palotina”, discursou Celso.A aluna Júlia Brasil, do curso de Arquitetura, conta que a assembleia serviu tanto para esclarecer aos alunos os motivos das greves nas três categorias – professores, servidores e estudantes – quanto para debater pautas locais, específicas do curso. “Quase maioria dos estudantes concordaram em entrar em greve. Nossas principais pautas são a melhoria na infraestrutura das salas, a manutenção do bloco, maior oferta de optativas, construção e manutenção de laboratórios e extensão, pós-graduação e mestrado com condições mais decentes”, afirma a estudante. O curso aprovou indicativo de Greve. Já no curso de Ciências Sociais, o próprio centro acadêmico organizou uma comissão organizadora paralela à da greve para discutir as pautas locais do curso. Segundo o aluno Luiz Augusto Rigon, as principais pautas do curso são a entrega de laboratórios de informática, a abertura do RU para o café da manhã e o impedimento da dissociação entre as habilitações de bacharelado e licenciatura no curso. Para Luiz, essa separação é prejudicial porque contribui para a tecnicização do conhecimento. “Acreditamos e defendemos que a separação de ensino e pesquisa não seja boa para o nosso curso e para a universidade”, declara.

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