Violência policial e intoxicação midiática burguesa contra o movimento popular catalão


160611_spanish_policeDiário Liberdade - Mais de três mil pessoas, adscritas ao denominado movimento de "indignados", cercaram o Parlamento burguês da Comunidade Autônoma da Catalunha, durante mais de 12 horas. A contundente resposta repressiva teve um saldo de 46 pessoas feridas e 6 detidas.

Diferentes cargos institucionais catalães, que tinham previsto aprovar um novo plano de corte das políticas sociais no quadro de crise capitalista em que se encontra a Europa, tiveram que entrar ao Congresso em helicópteros e carrinhas policiais, rodeados de um forte dispositivo repressivo formado por mais de 500 agentes da polícia autônoma catalã.
A agenda política burguesa ficou fortemente alterada pela pressão da desobediência civil nas ruas da capital, Barcelona, com marchas, mobilizações, sentadas simbólicas e um amplo leque de gestos de resistência ativa não violenta que foi respondida com uma inusitada violência pelas forças repressivas e pelo aparelho midiático do sistema.
O Parlamento burguês catalão, com maioria direitista-autonomista, foi o alvo das mobilizações do movimento popular, no dia em que iga aprovar-se um novo orçamento marcado pelas sistemáticas reduções de investimento público em serviços e direitos sociais. Os milhares de pessoas mobilizadas exigiram um referendo para decidir se o orçamento devia ser aprovado, o que foi rejeitado por Artur Mas, presidente direitista pela coligação Convergència i Unió (CiU), e pelos seus aliados do Partido Popular espanhol na votação de ontem.
160611_spanishpolice2Mobilização de mais de 24 horase ataques da mídia burguesa
Milhares de catalães e catalãs mantiveram ocupações dos terrenos próximos do parlamento durante toda a tarde e noite prévias, até os políticos chegarem de manhã. As massas bloquearam a passagem gritando palavras de ordem contra o sistema capitalista, contra a crise e contra os seus responsáveis: o conjunto de forças políticas neoliberais que ocupam os assentos do parlamento catalão.
O incremento do nível de pressão popular, após um mês de acampamentos do chamado Movimento 15-M no conjunto do Estado espanhol, provocou uma mudança radical no tratamento midiático, que passou das louvanças compreensivas aos ataques extremistas dirigidos ao exercício do direito ao protesto por parte dos setores populares atingidos pela crise do sistema.
Quando começaram a chegar os deputados e representantes do governo autonômico surgiu a tensão até o ponto de que a maioria preferiu entrar ao Parlamento em carrinhas policiais blindadas e protegidos por dezenas de elementos das forças de choque. Os deputados e autoridades subiram-se aos veículos como puderam, inclusive se deram casos que iam em um só auto mais de dez pessoas.
O presidente da Generalitat optou pelo helicóptero do governo, que o transladou com seus principais colaboradores, para o que teve que fazer 10 viagens para transportar 32 pessoas. A aeronave ia e vinha pelo céu de Barcelona, enquanto nas ruas continuava a tensão e a resistência pacífica dos "indignados" e, nas televisões e rádios, os comentadores de plantão atacavam os que denominavam "inimigos da democracia", longe de qualquer medida ou equanimidade.
Agentes provocadores do Ministério do Interior infiltrados e localizados
Como já informou o Diário Liberdade nesta mesma manhã, durante o longo protesto de ontem também ocorreram fatos violentos, existindo documentos audiovisuais que demonstram a participação de elementos policiais inflitrados para provocar cargas violentas e detenções no seio do movimento popular. Seis pessoas foram finalmente detidas e quase meia centena ferida pelas agressões policiais.
Curiosamente, alegados representantes do Movimento 15-M em Madrid "condenaram" a jornada de luta do movimento "indignado" catalão, sem aplicar idêntica condena às injúrias e violência dos meios "informativos" e policiais contra o povo que ocupou legitimamente as ruas.
Todos os partidos institucionais aderiram ao coro de condenas, enquanto o presidente autônomo catalão, Artur Mas, anunciou, uma vez aprovados os seus orçamentos neoliberais, mais violência policial para dar cabo de futuros protestos.
Voltamos a oferecer as esclarecedoras imagens dos agentes provocadores infiltrados entre o povo ontem em Barcelona:

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