Greve dos servidores das universidades federais

Greve de técnicos já tem adesão de 24 universidades federais, diz federação de trabalhadores

08/06/2011 - 18h02

Amanda Cieglinski

Repórter da Agência Brasil

Brasília – A greve dos técnico administrativos de universidades públicas, iniciada na segunda-feira (6), já conta com a adesão de 24 instituições federais, de acordo com a Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras (Fasubra). As últimas adesões foram na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Universidade Federa da Bahia (Ufba), Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Universidade Federal de Viçosa (UFV).

A paralisação foi aprovada no último fim de semana em uma votação apertada durante plenária nacional da categoria, em Brasília. A federação pede que o piso da categoria seja reajustado em pelo menos três salários mínimos. De acordo com a coordenadora-geral da entidade, Léia Oliveira, hoje o vencimento desses servidores é R$ 1.034.

O comando de greve ainda não tem um levantamento do percentual de servidores que aderiram ao movimento. De acordo com Léia, as atividades consideradas “essenciais” não serão interrompidas, como as pesquisas e o atendimento nos hospitais universitários. “Mas as áreas administrativas estão fechadas. De certa forma, os estudantes foram prejudicados porque fechamos os restaurantes universitários e as bibliotecas.”

Desde que a greve foi declarada ainda não houve nova reunião com o Ministério do Planejamento para que as negociações sejam retomadas. O risco, no caso de uma greve prolongada, é que o início do próximo semestre fique comprometido, já que não há como processar as matrículas se as áreas administrativas estiverem fechadas. “Por isso, esperamos que essa negociação seja rápida. Hoje, conversamos com os reitores para que eles nos ajudem nessa intermediação com o governo”, disse Léia.


Assembléia de servidores da UFF aprova greve por tempo indeterminado a partir de 13 de junho


A Assembléia do SINTUFF se iniciou com a presença de dois representantes do movimento dos bombeiros militares do Rio de Janeiro. O cabo Wallace e o cabo Costa relataram as dificuldades e a inexperiência da categoria em atividades grevistas.

- Não fomos ensinados a questionar, apenas a obedecer - disse o cabo Wallace, que emocionado expressou a péssima experiência da invasão do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) ao QG Central dos Bombeiros:

- A sensação de estar sob uma nuvem de gás lacrimogênio é terrível. Relatou as dificuldades para manter o atendimento à população e a luta, porque ao contrário do que a mídia da a entender, os bombeiros grevistas continuam trabalhando. Comovida pela luta dos bombeiros a assembléia resolveu oferecer pleno apoio político e financeiro.

A Assembleia deu posse à nova coordenação, em meio a manifestações de muita alegria por parte dos empossados e dos presentes, que aplaudiram os novos coordenadores, após serem oficialmente anunciados pela Comissão Eleitoral do referido pleito, presidida pela companheira Maria Eloísa Mendonça.

Greve por unanimidade
Em um contexto de lutas espalhadas por todo o país, com grande destaque para a greve dos bombeiros, e posse de uma nova coordenação, a categoria aprovou, por unanimidade, a deflagração da greve. A greve havia sido suspensa em março pela base governista da FASUBRA, que preferiu se submeter às mesas de “enrolação”. A base reagiu, diante do fracasso das supostas negociações e está deflagrando greve inclusive nas assembleias de entidades dirigidas pela CUT e pela CTB, centrais ligadas ao governo. Já no primeiro dia, 16 universidades aderiram à greve e diversas outras aprovaram a deflagração.

O SINTUFF está fazendo a sua parte, mobilizando e impulsionando a greve. Agora dependerá do grau de participação da categoria no fortalecimento das atividades e do movimento grevista. É uma “queda de braço”. De um lado, um governo corrupto, tentando privatizar os hospitais e congelar os salários dos servidores. De outro, um levante de lutas de diversas categorias que se rebelam exigindo salário digno e condições de trabalho.

Estágio probatório
A participação dos companheiros em estágio probatório foi uma preocupação apresentada por diversos companheiros. O SINTUFF afirma que a lei de greve é igual para todos os trabalhadores e não há tradição de retaliação na UFF aos participantes de movimentos grevistas. Portanto, depende essencialmente da consciência e participação dos trabalhadores.

Resoluções
Foi definida a formação de um comando de mobilização. As atividades se iniciarão com visita a todos os setores da universidade, para avançar no convencimento de toda a categoria pela adesão à greve. O intuito do comando de mobilização é eleger um representante de cada setor para o futuro Comando de Greve. A paralisação efetiva só terá início na próxima segunda-feira, dia 13, para seguir as determinações legais que consistem no intervalo de 72 horas entre a deflagração e o início das atividades grevistas, a fim de que trabalhadores e chefias tomem conhecimento da paralisação das atividades. Haverá uma caravana à Brasília no dia 16 de junho. Todas as terças-feiras haverá assembleia de greve.



Em greve, servidores da UFRGS bloqueiam entrada de ônibus no Campus do Vale
Protesto deixa o trânsito lento na Avenida Bento Gonçalves


Em greve, servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) bloqueiam a entrada de ônibus no Campus do Vale, no bairro Agronomia, em Porto Alegre, nesta manhã. Formando um cordão humano, os manifestantes impedem que os veículos ingressem no local e, a cada dez minutos, voltam a liberar o trânsito.

Parados na Avenida Bento Gonçalves em horário de movimento intenso, os veículos deixam o trânsito lento no sentido bairro-Centro da via. Alguns estudantes desistem da espera, optam por descer dos coletivos e seguir caminhando para a aula.

Foto: Ronaldo Bernardi
Segundo a coordenadora da Associação dos Servidores da UFRGS (Assufrgs), Berna Menezes, serviços como a biblioteca, secretarias, parte do Restaurante Universitário e laboratórios estão paralisados por tempo indeterminado. Cerca de 45% dos servidores aderiram à greve.

— Queremos o reajuste salarial. Universidades do país todo estão paralisadas porque não tem nada previsto para 2011 nem para 2012 no Orçamento — relata.

A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) reforça a fiscalização no acesso ao campus.


DCE DA UFSC DECLARA APOIO OFICIAL À GREVE DE SERVIDORES TÉCNICOS-ADMINISTRATIVOS.

por Diretório Luís Travassos, quinta, 9 de junho de 2011 às 08:30

Na última segunda-feira, dia 6 de junho, os servidores técnico-administrativos da UFSC decidiram, em assembleia da categoria, iniciar um processo de greve por tempo indeterminado. A greve faz parte de um movimento nacional e mais de 20 universidades no país passam por situação parecida com a da UFSC.

Os servidores reivindicam reajuste salarial, criação de um plano de carreira e aumento no número de concursos públicos. As negociações com o governo já duram meses e não houve nenhum avanço.

Sabemos dos prejuízos imediatos que a paralisação causa a nós estudantes, principalmente com o fechamento do Restaurante e da Biblioteca. Entretanto, o DCE declara apoio incondicional à greve dos servidores, uma vez que suas reivindicações são justas e a mobilização se faz necessária para conquistar condições mais dignas de trabalho.

Apesar das dificuldades momentâneas que a paralisação causa, ela se faz necessária quando o governo não se dispõe a negociar com os trabalhadores. Uma universidade nunca será de qualidade com profissionais que mantém sua estrutura (Restaurante, Biblioteca, Segurança, Hospital) trabalhando em condições precárias, sem perspectivas de progressão na carreira e sem ter seu trabalho valorizado.

Entendendo que a melhoria dos serviços da universidade influencia diretamente a formação dos que nela estudam, reiteramos nosso apoio irrestrito à luta dos servidores.


Servidores da UFPel realizam hoje, às 15h00, assembleia para decidir se irão aderir a greve da categoria.


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