Estudantes seguem mobilizados em favor de ensino público e gratuito

Entidades pedem uma nova Constituição, que garanta o direito a uma educação pública e gratuita em todos os níveis
Da redação
Organizações estudantis chilenas realizam nesta terça-feira (21), no Chile, novas mobilizações em defesa da educação pública e gratuita no país. Os estudantes acusam o governo chileno de Sebastián Piñera de privatizar o ensino e reduzir o papel do Estado no setor.
Segundo lideranças estudantis, mais de 100 mil estudantes secundaristas e universitários chilenos estão mobilizados e cerca de 300 institutos e colégios, paralisados.
As entidades pedem uma nova Constituição, que garanta o direito a uma educação pública e gratuita em todos os níveis de ensino. No Chile, os alunos pagam mensalidades nas universidades públicas e, se não podem pagar, carregam por décadas a dívida de um financiamento estudantil.
Segundo Rodrigo Rivera, porta-voz da Coordenadoria Nacional de Estudantes Secundários, as mobilizações manifestam o "descontentamento latente que existe em relação à problemática da educação". Para ele, é preciso que o Estado assuma a responsabilidade sobre o setor. "Queremos que a educação volte para o Estado", afirmou.
A Coordenadoria Nacional de Estudantes Secundários já convocou uma manifestação para a próxima quinta-feira (23), e no dia 30, deve haver uma nova paralisação de estudantes e professores, que prometem se manter mobilizados até que o governo abra negociações.
Entre as demandas dos estudantes estão a desmunicipalização da educação, que prejudica regiões economicamente mais pobres; a reestruturação integral do sistema de auxílio estudantil, a fim de eliminar o sistema baseado no endividamento familiar; a democratização do sistema de educação superior; e recursos para financiar o desenvolvimento de universidades públicas.
"Recuperar a educação pública é ter como horizonte uma educação pública gratuita, sendo o Estado o primeiro responsável em assegurar a educação como um direito, e que, em nosso país, existem riquezas que podem financiá-la", afirma em nota a Federação de Estudantes da Universidade do Chile (Fech).
A onda de protestos já é considerada uma das maiores realizadas desde a volta da democracia ao país, em 1990. As mobilizações também são tidas como um teste para o presidente chileno, Sebastián Piñera que, no ano passado, deu início ao primeiro governo de direita eleito democraticamente no país em 50 anos.
Apesar de pacíficos, os protestos têm esbarrado na truculência da polícia chilena. Nesta segunda-feira (20), soldados atacaram com gás lacrimogêneo um grupo de estudantes que ocupavam a sede principal da Universidade Central do Chile.
No dia 16, durante uma marcha, dezenas de estudantes foram presos depois de violentos choques com a polícia nos arredores do Palacio de la Moneda, sede da presidência do Chile. Caminhões do Grupo de Operações Especiais (Gope) dos Carabineiros, a polícia chilena, dispararam potentes jatos de água contra colunas de manifestantes que tentavam chegar à sede no Ministério da Educação. Um dia antes, a cavalaria da polícia investiu de forma violenta contra manifestantes que protestavam no Parque Florestal, região central da capital.
 (Com informações de agências)

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