Como foi a Marcha das Vadias ou Vagabundas neste sábado em São Paulo

Comedians - Casa de Stand Up de Rafinha Bastos e Danilo Gentili
AVISOS PARA O ‘PIADISTA’ RAFINHA BASTOS DO CQC
A Cahaça da Happy Hour (atualizado às 22:00hs)
Mulheres com saias curtas, de salto alto e até só de calcinha e sutiã se reuniram na tarde deste sábado, 4 de junho, na Praça dos Ciclistas, na Avenida Paulista, em São Paulo, para a Marcha das Vadias ou Vagabundas.
Segurando cartazes com frases como “Ensine os homens a respeitar, não as mulheres a temer”, e “Chega de engolir, está na hora de cuspir”, a marcha desceu para a rua Augusta, onde fica o Comedians, teatro de stand up comedy, de Rafinha Bastos e Danilo Gentili, integrantes do programa CQC, da Band.
Lá, aos gritos de “Estupro não é piada, machismo mata”, as manifestantes protestaram contra uma piada que Rafinha fez no Twitter, dizendo que mulheres feias deveriam agradecer ao serem estupradas.
Ao perceber a aproximação da marcha, funcionários do local baixaram as portas rapidamente. As mulheres colaram cartazes com mensagens anti-violência.
Comedians - Rafinha Bastos e Danilo Gentili
ideia do movimento surgiu no início do ano após um policial afirmar, durante uma palestra em uma universidade em Toronto, no Canadá, que as mulheres deveriam parar de usar roupas de vadias (ou slut, em inglês) para evitar estupros.
A opinião do policial teve grande repercussão e marchas semelhantes ocorreram em todo o mundo. A marcha começou a ser organizada há cerca de três semanas pelo Facebook. Quase seis mil pessoas confirmaram presença.
Uma das idealizadoras da manifestação paulistana, a escritora Solange De-Ré, de 30 anos, afirma que o objetivo é fazer com que a sociedade reflita sobre o machismo.
“Em uma mesma família, o menino tem toda a liberdade para se mostrar. A mulher, não. O machismo não vem só dos homens, mas das mulheres também, que julgam as outras mulheres.”
A versão paulistana da marcha foi mais recatada do que as equivalentes estrangeiras. “A gente não quer carnaval. A gente quer que as pessoas se vistam normalmente, como elas gostam de se vestir”, disse a publicitária Madô Lopez, de 28 anos, co-responsável pela marcha.
O que mais chamou a atenção entre os cerca de 300 participantes foi a grande quantidade de cartazes contra o machismo e a favor do respeito entre os gêneros
Rafinha Bastos e Danilo Gentili - Stand Up Comedians
Além disso, um grupo de mulheres animava o público usando tambores improvisados em baldes para produzir música.
Apenas uma jovem foi mais ousada e encarou a fria tarde de sábado vestindo apenas calcinha e sutiã. A estudante Emilia Aratanha (na primeira imagem do post), de 23 anos, justifica a vestimenta: “Independentemente do que você usa, em primeiro lugar vem o respeito.”
Ela lamenta a violência contra as mulheres –fato que em sua opinião é uma realidade mundial. “Tem mulheres com burca que acabam sendo estupradas. Isso tem que acabar.”
Geisy Arruda, que em outubro de 2009 foi humilhada e expulsa da Universidade Bandeirante porque usava um vestido curto, apoiou a manifestação. “As mulheres têm que ousar, têm que vestir o que gostam. As mulheres têm esse direito.”
Ela não foi ao evento porque estava comemorando seu aniversário de 22 anos.
A marcha SlutWalk aconteceu neste sábado também em outras grandes cidades, como Chicago, Los Angeles, Amsterdã e Edimburgo.
Segundo dados Secretaria da Segurança Pública-SP, no primeiro trimestre deste ano foram 2.699 ocorrências somente no Estado — mais de uma a cada hora. O número é maior que o do mesmo período do ano passado, com 2.323 mulheres violentadas.
SlutWalk - Marcha das Mulheres em São Paulo
No blog do Josival com informações do JT e Delas



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