Oriente Médio ante o vento da contestação

Manifestantes pró-democracia são reprimidos no Irã, no Bahrein e no Iêmen

Iranianos saem às ruas e a violência explode em Teerã
Crédito: STR / AFP / CP
Teerã - Pelo menos três países do Oriente Médio foram palco de manifestações nesta segunda-feira contra os regimes autoritários locais, depois dos protestos bem-sucedidos no Egito e na Tunísia. Em Teerã, milhares de pessoas tentaram reunir-se em diferentes pontos do centro da capital iraniana. Houve confrontos entre manifestantes contrários ao governo de Mahmoud Ahmadinejad e a Polícia, que usou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Ao menos um manifestante morreu e dezenas de pessoas foram presas.

Esta é a primeira demonstração pública significativa da oposição desde o ano passado. O principal líder da oposição iraniana, Mir Houssein Moussavi, estaria preso. Moussavi e Mehdi Karroubi, outro líder opositor, lideraram em 2009 os protestos contra a reeleição de Ahmadinejad, que qualificaram como fraudulenta. Apesar de a Polícia ter proibido o protesto no Bahrein, organizado por meio da Internet, dezenas de pessoas saíram às ruas de Manama, a capital deste pequeno reino do Golfo Pérsico, e de várias outras cidades. As autoridades também reprimiram os manifestantes com gás lacrimogêneo. Há relatos de uma morte e de mais de 20 feridos. A ilha abriga a quinta frota da Marinha americana. Os manifestantes disseram que não desejam derrubar a monarquia, mas querem mais liberdade e direitos civis. A maioria da população, muçulmana xiita (cerca de 70%), reclama da discriminação sistemática dos governantes sunitas.

Também ontem, em Sanaa, a capital do Iêmen, dezenas de pessoas ficaram feridas nos violentos confrontos registrados entre oposicionistas e governistas. "Depois de Mubarak, vem Ali", entoavam os manifestantes, referindo-se ao presidente Ali Abdallah Saleh, que está no poder há quase 33 anos.

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