Exército do Bahrein abre fogo contra manifestantes


Redação Carta Capital

A pequena monarquia do Bahrein, importante aliada dos Estados Unidos na região do Golfo Pérsico, responde com mão de ferro aos protestos populares por mudanças políticas no país. Nesta sexta-feira 18, soldados dispararam contra manifestantes que se dirigiam à praça Pérola, principal ponto de reunião dos populares na capital Manama. Os dados ainda são incertos quanto ao número de mortos. O The New York Times fala em ao menos um morto enquanto um jornalista da CNN informa quatro vítimas fatais.
Os manifestantes tentavam retornar à praça após serem violentamente retirados pelas forças de segurança na última quinta-feira 17, quando ao menos quatro pessoas foram mortas, segundo informações da CNN. No total, segundo números da rede americana, ao menos oito pessoas faleceram desde o início dos protestos, na segunda-feira 14.
Na manhã desta sexta-feira, milhares de pessoas acompanharam o funeral das vítimas fatais do confronto do dia anterior na praça Pérola. O funeral marcou também a primeira vez em que os manifestantes clamaram contra a dinastia sunita Khalifa, que governa o país há mais de 40 anos. “Estávamos limitados a pedir a demissão do governo, mas agora reclamamos o mesmo para a família real”, declarou Ahmed Makki Abu Taki, cujo irmão, Mahmud, foi uma das vítimas fatais do desalojamento da praça Pérola, informa o diário espanhol El País.
Aliado
As manifestações no Bahrein, desdobramentos das revoltas populares que já forçaram a saída de dois ditadores do mundo árabe, Hosni Mubarak, do Egito; e Zine el-Abidine Ben Ali, da Tunísia, deixam em situação delicada o governo norteamericano. O país do golfo-pérsico abriga a 5ª Frota da Marinha dos Estados Unidos e é ligado à Arábia Saudita por uma ponte. A secretária de estado Hillary Clinton telefonou ao ministro do exterior do Bahrein e expressou “ profunda preocupação acerca das ações das forças de segurança”.

Os americanos se preocupam com o caráter sectário das revoltas, visto que a grande maioria do país é xiita, o que poderia aumentar a influência do governo xiita iraniano na região. Entretanto, ao The New York Times líderes políticos xiitas do Bahrein adiantaram que não há intenções de instituir uma teocracia islâmica como a de Teerã.
Assim como no Egito, o governo dos Estados Unidos encontra-se na desconfortável posição de “tentar proteger ao máximo seus interesses e dar apoio as aspirações democráticas dos manifestantes”, conclui o jornal norteamericano.

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