ONU aprova intervenção militar na Líbia


O Conselho de Segurança da ONU deu sinal verde para ação militar contra as tropas leais ao ditador Muammar Kaddafi, na Líbia. A reunião aconteceu no início da noite desta quinta-feira 17 (horário de Brasília) e os participantes aprovaram a criação de um bloqueio aéreo (zona de exclusão) sobre o norte do território líbio. Na prática, a decisão libera o bombardeio das posições ocupadas pelas forças armadas de Kaddafi.

O ditador líbio resite no poder desde que começaram protestos no país, em 17 de fevereiro. A onda de manifestações que derrubou os regimes do Egito e da Tunísia encontrou resistência e Kaddafi revidou aos rebeldes com força policial e ataques militares. Mesmo com a repressão, grupos contrários ao ditador conseguiram tomar o poder em diversas cidades líbias, incluindo Bengazi, uma das mais importantes da região petrolífera do norte.
A resposta de Kaddafi foi ainda mais violenta, transformando as revoltas populares em uma verdadeira guerra civil. Enquanto as tropas leais ao ditador avançavam, as potências mundiais debatiam a possibilidade de criar a zona de exclusão. Sem uma decisão definitiva, Kaddafi ganhou confiança e retomou cidades dominadas pelos rebeldes.
Na tarde de hoje, a situação chegou a um ponto de tensão insustentável. Kaddafi discursou em cadeia nacional de rádio avisando que um massacre ainda maior aconteceria em Bengazi caso os rebeldes não depusessem armas e deixassem o local. Ele também acusou outros países de fomentarem a rebelião na Líbia, sendo enfático quanto à acusação ao Catar.
Reunido em uma praça de Bengazi, um grupo de milhares de rebeldes cantava contra o ditador durante o discurso. Rajadas de metralhadoras eram ouvidas à distância. Alheio a isso, Kaddafi seguiu seu discurso, dizendo que entraria na cidade na mesma noite e “sem qualquer piedade”. A invasão de forças estrangeiras, no entanto, deve frear o ímpeto do ditador.
França e Inglaterra já anunciaram que teriam condições de entrar na Líbia “horas depois” de tomada a decisão na ONU. Os Estados Unidos, que já haviam concentrado tropas nas fronteiras líbias com Egito e Tunísia, também participarão da ação. A Itália, vizinha mais próxima, vinha se opondo à ideia de um bloqueio aéreo, mas cedeu à pressão e anunciou, horas antes da reunião da ONU, que “não se negaria” a ceder território como base para os ataques e que não imporia obstáculos à ação das potências contra Kaddafi.
A invasão está em curso e as primeiras bombas devem atingir o território líbio em algumas horas. Resta saber quais serão as linhas de defesa de Kaddafi, que prometeu revidar com força, dentro e fora da Líbia, a qualquer agressão estrangeira.

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