"Hey machista, meu orgasmo é uma delícia!"
"O corpo é da mulher, e ela dá pra quem quiser, inclusive outra
mulher!"
“Hey, seu machista, a América Latina vai ser toda feminista.”
“Menos violência, mais orgasmos.”
“Ame, não force.”
“Isso não é sobre sexo, é sobre violência.”
“Quando uma mulher avança, nenhum homem retrocede. “
“Eu não vim da sua costela, você veio do meu útero.”
“Sua opinião longe do meu útero.”
“Nem santa, nem puta. Livre!”
“Se ser livre é ser vadia, então somos todas vadias.”
Essas foram algumas das palavras de ordem que ecoaram no domingo no
parque da Redenção.
Eram mulheres, homens e crianças, gritando pelo fim do machismo, pela
liberdade da mulher de traçar suas próprias escolhas, de ser a única a decidir
sobre o seu corpo, pelo direito de amar livremente, sem amarras, sem regras.
Com muita, com pouca, ou com quase nenhuma roupa, todas tinham uma luta
em comum: Liberdade.
A Marcha das Vadias surgiu em Toronto, no Canadá em 2011, e assumiu
este nome quando um guarda de uma universidade disse para que as estudantes não
se vestissem como ‘vadias’ para que não fossem estupradas. A marcha é uma reação ao discurso reacionário
que culpa as vitimas pelos estupros sofridos.
Em todo o mundo, feministas defendem que as mulheres são livres para
vestir o que quiserem. Defendem educação sexual, mas não para mulheres
aprenderem a não serem estupradas, mas para que os homens aprendam a não
estuprar!
Quebrando paradigmas, a Marcha das Vadias invade as ruas das grandes
capitais para exigir garantia de direitos, respeito e liberdade.
A marcha das Vadias traz várias pautas feministas para debate, entre
elas a laicidade do Estado, a descriminalização e legalização do aborto, o
casamento civil e igualitário entre pessoas do mesmo sexo, a criminalização da
homofobia, a humanização do parto.
Estou certa que a Marcha das Vadias traz justamente esse aspecto para a reflexão. Vamos educar. Nos educar para que possamos quebrar os nossos próprios preconceitos, educar os nossos para que aprendam a viver com as diferenças, amando e as respeitando. Toda mudança passa pela educação.
Enquanto seguíamos a marcha, alguém me perguntou: até onde vai a marcha?
Respondi: até que sejamos todas livres!
Letícia P. Maria é militante do Movimento Contestação, filiada ao campo Fortalecer o PSOL, Historiadora e mestranda em Ciências Sociais.
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