A crise: mais de 200 milhões de desempregados


270911_200-desempregoVermelho - Quando os trabalhadores saem às ruas para exigir que o custo da crise econômica mundial não caia sobre suas costas, sabem exatamente do que estão falando: se os governos não tomarem medidas para proteger o emprego e os salários, são eles que vão pagar aquele custo, com mais desemprego e deterioração na qualidade de vida, decorrentes da previsível diminuição da renda, realidade adversa que sempre acompanha as quedas maciças no nível de emprego.

Dados divulgados ontem (26) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) confirmam esta situação devastadora que os trabalhadores vivem em consequência da crise provocada pela ganância capitalista. O número de desempregados no mundo chegou a 200 milhões de pessoas (mais do que a população do Brasil!) e a perspectiva é de agravamento podendo levar a um número ainda maior em 2012.
Na outra ponta, a Cap Gemini, uma agência francesa de consultoria de investimentos, divulgou recentemente que o número de milionários (pessoas com saldo bancário líquido de pelo menos um milhão de dólares) cresceu entre 2009 e 2010 – em plena crise, portanto, passou de 10,06 milhões de pessoas para 10,9 milhões. É uma parcela pequena da população do planeta (cerca de 0,15%) mas que controlava a gigantesca soma de 39,1 trilhões de dólares em 2009, pulando para 42,7 trilhões em 2010. Isto é, aquela minoria de 0,15% de habitantes do planeta controla um valor correspondente a mais da metade de toda a riqueza mundial em 2010, quando o PIB foi de 63 trilhões de dólares, ou quase três vezes mais do que o PIB dos Estados Unidos.
Estes dados encerram muitas lições para os trabalhadores. Uma delas, prevista há mais de século e meio pelo pensamento marxista, e sentida diariamente pelos trabalhadores em todo o mundo, mostra que o "mercado" (isto é, os donos do dinheiro e seus representantes), deixado sem peias nem controle da sociedade e dos governos, é uma instância devoradora e concentradora das riquezas produzidas pelo trabalho. Instância que, com sua ganância imediatista e insaciável, cava com seus próprios pés (usando a imagem do genial Cartola em "O mundo é um moinho") o abismo das crises cada vez mais profundas nas quais o capitalismo enfia o mundo, os povos e os trabalhadores.
Ao concentrar riquezas extremas num polo e desemprego e pobreza no outro, o capitalismo prepara o caminho das crises. Outra lição, também antiga, mostra que elas fazem parte do metabolismo normal – e desumano – do capitalismo, um sistema cujo caráter destruidor e devastador fica cada vez mais claro na medida em que as crises se sucedem.
São crises que confirmam, sempre, que o capitalismo não pode oferecer saídas para os problemas da humanidade, mas os agrava e aprofunda, e isso exige a superação desse sistema para que a humanidade possa caminhar para uma forma superior e mais humana de organização da vida.

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