
Dados divulgados ontem (26) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) confirmam esta situação devastadora que os trabalhadores vivem em consequência da crise provocada pela ganância capitalista. O número de desempregados no mundo chegou a 200 milhões de pessoas (mais do que a população do Brasil!) e a perspectiva é de agravamento podendo levar a um número ainda maior em 2012.
Na outra ponta, a Cap Gemini, uma agência francesa de consultoria de investimentos, divulgou recentemente que o número de milionários (pessoas com saldo bancário líquido de pelo menos um milhão de dólares) cresceu entre 2009 e 2010 – em plena crise, portanto, passou de 10,06 milhões de pessoas para 10,9 milhões. É uma parcela pequena da população do planeta (cerca de 0,15%) mas que controlava a gigantesca soma de 39,1 trilhões de dólares em 2009, pulando para 42,7 trilhões em 2010. Isto é, aquela minoria de 0,15% de habitantes do planeta controla um valor correspondente a mais da metade de toda a riqueza mundial em 2010, quando o PIB foi de 63 trilhões de dólares, ou quase três vezes mais do que o PIB dos Estados Unidos.
Estes dados encerram muitas lições para os trabalhadores. Uma delas, prevista há mais de século e meio pelo pensamento marxista, e sentida diariamente pelos trabalhadores em todo o mundo, mostra que o "mercado" (isto é, os donos do dinheiro e seus representantes), deixado sem peias nem controle da sociedade e dos governos, é uma instância devoradora e concentradora das riquezas produzidas pelo trabalho. Instância que, com sua ganância imediatista e insaciável, cava com seus próprios pés (usando a imagem do genial Cartola em "O mundo é um moinho") o abismo das crises cada vez mais profundas nas quais o capitalismo enfia o mundo, os povos e os trabalhadores.
Ao concentrar riquezas extremas num polo e desemprego e pobreza no outro, o capitalismo prepara o caminho das crises. Outra lição, também antiga, mostra que elas fazem parte do metabolismo normal – e desumano – do capitalismo, um sistema cujo caráter destruidor e devastador fica cada vez mais claro na medida em que as crises se sucedem.
São crises que confirmam, sempre, que o capitalismo não pode oferecer saídas para os problemas da humanidade, mas os agrava e aprofunda, e isso exige a superação desse sistema para que a humanidade possa caminhar para uma forma superior e mais humana de organização da vida.
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