Movimentos sociais organizam protesto durante sorteio da Copa do Mundo

Da Redação
Movimentos sociais realizam no próximo sábado (30) uma manifestação contra as remoções forçadas e a falta de transparência nas obras para a Copa do Mundo de 2014. Para chamar a atenção da imprensa internacional, o protesto foi marcado para o mesmo dia que acontece o sorteio das eliminatórias da Copa de 2014, no Rio de Janeiro. Organizado pelo Comitê Social da Copa 2014 e dos Jogos Olímpicos, o ato pretende atrair duas mil pessoas.
“A nossa questão não é o evento em si, mas os problemas que estão trazendo para quem mora aqui, principalmente para quem é pobre e será removido”, afirmou Marcelo Braga Edmundo, coordenador da Central de Movimentos Populares e um dos organizadores da manifestação.
Segundo dados do comitê social e da Plataforma Brasileira de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais e Culturais (Dhesca), mais de 20 mil pessoas de oito comunidades terão que ser desalojadas para obras até as Olimpíadas.
O Ministério Público Estadual questiona os procedimentos de remoção, “em total desacordo com as leis e com a Constituição”, segundo o subprocurador Leonardo Chaves, e avalia medidas judiciais contra a prefeitura. O subprocurador, que colheu relato de habitantes em várias comunidades, destaca que a Secretaria de Habitação Municipal não ofereceu alternativa de moradia ou indenização suficiente nas comunidades despejadas de Vila Harmonia, Restinga e Recreio 2, na zona oeste, por exemplo.
“A prefeitura não está pagando as indenizações e os aluguéis sociais. Quando o faz, é em valor irrisório e por pouco tempo. As pessoas não conseguem comprar ou alugar casas, já que, com até R$ 400, têm dificuldades de arrumar fiador”, afirmou o subprocurador. “Famílias não conseguirão se instalar em bairros estruturados e os efeitos nefastos dessa política serão sentidos ao longo do tempo, com mais comunidades em áreas de risco, por exemplo”, advertiu.
Integrante do Comitê Social da Copa, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Carlos Vainer também questiona os custos com as obras do Mundial. Segundo ele, só a reforma do Maracanã, que passou por recentes reparos nos Jogos Pan Americanos, há quatro anos, teve o valor inicial triplicado. Para ele, falta transparência com os gastos públicos. “A situação é realmente grave. O processo todo é marcado por absoluta falta de informação, transparência, impossibilitando qualquer tipo de controle social ou público”, afirmou Vainer.
O grupo fará uma caminhada até a sede do evento promovido pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), na Marina da Glória, no Centro. A concentração está prevista para as 10h no Largo do Machado.
Com informações da Agência Brasil

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