A meta da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) era ampliar em 30% as vagas de ingresso até o final de 2012. O reitor da instituição, Carlos Alexandre Netto, entretanto, anunciou ao UOL Educação que terá de fazer uma repactuação das metas do Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) e estender o prazo em um ano, até o final de 2013.
“[A repactuação] é necessária e foi motivada pela própria universidade. Todos os projetos estão prontos, à espera das licenças da prefeitura”, explicou o reitor. Netto reconheceu que o cronograma de obras está bastante atrasado.
Obras fazem parte do cotidiano do campus do Vale da UFRGS
Segundo o reitor, os recursos disponibilizados para aumentar a estrutura física da universidade, de R$ 36 milhões, estão disponíveis desde 2008. Mas o licenciamento demorou. As obras do primeiro complexo de salas de aula, instalado no Campus Central, começaram apenas no final de 2010.
A UFRGS aderiu ao Reuni em outubro de 2007. De lá para cá, já ofereceu 806 novas vagas nos seus vestibulares e criou 12 novos cursos. O programa, que deveria estar concluído até o final de 2012, teve uma execução de 55% em quatro anos.
O reitor atribui a demora a problemas burocráticos, como o licenciamento. E se preocupa com a perspectiva de interromper os planos de expansão devido aos cortes orçamentários anunciados pelo governo, que estão impedindo a contratação de 100 novos professores conforme o cronograma de 2011.
“Temos as vagas, mas os concursos estão congelados. Isso [a contratação] é uma condição essencial para finalizarmos o Reuni”, apelou Netto. Segundo o reitor da UFRGS, a preocupação com a falta de professores é geral. Na UFRGS, são 2.250 docentes para 37 mil alunos em cursos de graduação e pós-graduação. A média é de 16,4 alunos por professor.
Carlos Alexandre Netto disse que o Reuni está provocando uma revolução no ensino universitário público do país, que já dobrou suas vagas em quatro anos. Mas salientou que o programa corre risco em função da falta de professores que pode afetar as escolas.
“Estamos a um passo de completar essa revolução. Nossa expectativa é de que não paremos nesse passo”, opinou o reitor.
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