Polícia executa mais uma criança no Rio


Desta vez foi Caíque da Mata dos Santos, de 5 anos, que foi internado nesta quarta (30) à noite no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu. Morreu dia 31/3 pela manhã. Ele levou um tiro na barriga durante uma operação do 16º BPM (Olaria) no Morro do Pica-Pau, localizado em Cordovil, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro.

O pai, Rogério Batista dos Santos, de 27 anos, declarou em entrevista à Rádio Bandnews que somente os policiais atiraram: “Só teve tiro deles. De ninguém mais. Depois, eles deram a volta e colocaram os uniformes”. Os policiais, então uniformizados, entraram num carro modelo Gol da Polícia Militar, cuja placa foi identificada durante entrevista do pai a Ricardo Boechat, da Bandnews, ao vivo.
Segundo a versão de dezenas de testemunhas, três PMs entraram na comunidade do Pica-Pau à paisana vestidos de sorveteiros. Após a fuga de dois suspeitos, os policiais atiraram a esmo e acertaram Caíque, que agora está morto.
PM muda versão sobre incursão
A incursão, segundo a própria PM (informações da quarta-feira), foi ilegal. O batalhão da Polícia Mililtar da região, o 16º BPM, informou desconhecer qualquer operação da unidade na comunidade na tarde da quarta-feira (30).
Depois, a PM mudou a versão do ocorrido. Os agentes teriam sido “recebidos a tiros”. O comandante da unidade, o tenente-coronel José Macedo, disse que “não houve revide por parte dos policiais”.
Quase todos os meios, como o portal iGjornal O Globojornal O Dia e o portal G1, se limitaram a dar a versão oficial. Apenas o jornalista Ricardo Boechat, da BandNews FM, procurou o pai. Ele questionou, após relatar detalhadamente o caso: “Que merda de operação é essa?”
jornal Extra registrou a entrevista do pai à BandNews. Durante a entrevista, um integrante da Polícia Civil correu para o telefone para informar à BandNews que não tem envolvimento com o caso. O relações públicas da PM, tenente-coronel Henrique de Lima Castro, também ligou para a BandNews para informar que abriu processo investigativo. O jornalista Ricardo Boechat questionou a necessidade de a comunidade ter de ligar para a imprensa para, só então, se instaurada a investigação. “Dá um desconforto, coronel. Dá um desconforto que o Senhor nem imagina”, afirmou Boechat.
Policiais viram criança atingida e não socorreram
A PM afirmou que os policiais “não sabiam” que havia um garoto ferido. Depoimentos de todas as testemunhas da comunidade afirmam justamente o contrário: os PMs ainda puderam olhar o corpo, sem prestar qualquer ajuda, conformou mostrou a TV Record. A mãe afirmou: “Eles entraram na favela, de roupa comum, já dando tiro. Não queria saber se tinha criança, meu filho tava na porta da casa da vó dele, brincando, três policiais disfarçados vieram e deram tiro”.

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