Desabrigados do Bumba acendem velas em memória às vítimas


Moradores protestam na véspera da tragédia completar 1 ano.
Grupo se reuniu em frente à prefeitura de Niterói e pediu novas moradias.

Tássia Thum
Do G1 RJ
Desabrigados do Bumba acendem velas (Foto: Tássia Thum/G1)Desabrigados do Bumba acendem velas para homenagear vítimas das chuvas (Foto: Tássia Thum/G1)
Os desabrigados das chuvas ocorridas em abril do ano passado em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, acenderam velas em memória às vítimas dos deslizamentos na cidade. O ato aconteceu na noite desta quarta-feira (6), um dia antes da tragédia, que matou 47 pessoas, completar um ano. O grupo se reuniu em frente à prefeitura de Niterói, no Centro da cidade.

Um trecho da Rua Visconde de Sepetiba, onde fica a prefeitura, fechou para comportar os desabrigados, que desde as 15 horas protestam por novas moradias e pela regularização do pagamento do aluguel social, auxílio de R$ 400 repassado às vítimas da chuva.

Procurada pelo G1, a prefeitura de Niterói informou que ainda vai se pronunciar sobre o assunto.
Nilcea perdeu a casa nas chuvas no Bumba (Foto: Tássia Thum/G1)
Nilcéa Brito mostra foto apenas com os escombros
da casa onde morava (Foto: Tássia Thum/G1)
Representantes de igrejas evangélicas, católicas, além de um integrante da comunidade judaica rezaram pelas vítimas da chuva. Nilcéa Brito, de 42 anos, se emocionou no ato. Segurando uma fotografia, ela mostra o que sobrou de sua casa. O quarto e a sala deram lugar a escombros e entulhos revirados.

Antes, Nilcéa morava na favela Nova Brasília, no bairro de Engenhoca. Agora ela divide uma residência de apenas um cômodo com outros sete parentes em São Gonçalo, cidade vizinha a Niterói.

“A minha vida ficou complicada demais depois dessa tragédia. Passou um ano e ainda continuo desabrigada, implorando por um teto”, desabafa Nilcéa.

Tayson e Vitor em protesto no Bumba (Foto: Tássia Thum/G1)
Meninos Tayson e Vitor, que perderam a casa,



acendem velas (Foto: Tássia Thum/G1)
Os meninos Victor e Tayson, de 4 e 6 anos, também acenderam velas. A irmã mais velha deles, Tainá, 11 anos, conta que os parentes sobreviveram aos deslizamentos na Cova da Onça, em Niterói, mas a casa em que moravam caiu. A menina diz que está morando com a mãe e mais seis irmãos no abrigo do 3º Batalhão de Infantaria, em Venda das Pedras, em São Gonçalo.

“Agradeço por estar viva e rezo todo dia por uma casa”, fala a menina.

Ainda na noite desta quarta-feira, os manifestantes se reúnem em uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Niterói. O objetivo da sessão é fazer um balanço de um ano da ocorrência das chuvas na cidade.

Protesto de moradores do Bumba em Niterói (Foto: Tássia Thum/G1)Desabrigados do Bumba fazem protesto pelas ruas de Niterói (Foto: Tássia Thum/G1)

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