Libertados os treze presos que protestavam contra Obama

Por Caio Amorim
(Em breve, mais atualizações.)
Teve fim na noite desta segunda-feira, a angústia dos 13 presos políticos seus familiares e companheiros. Os militantes realizavam um protesto verbal pacífico na sexta-feira, dia 18/3, em frente ao consulado dos EUA, quando foram surpreendidos pela ação violenta da polícia militar. O vídeo abaixo mostra que no momento em que estouram-se bombas, vários dos 13 militantes presos estavam gritando palavras de ordem:
Acusados de lançarem um coquetel molotov em direção ao consulado norte-americano, dez homens (sendo um deles menor de idade) e três mulheres (uma delas, uma senhora de 69 anos, conhecida como vovô tricolor , que passava perto do ato e resolveu se juntar à manifestação) foram presos sem nenhum julgamento e sem nenhuma prova como mostra o vídeo acima. Como ocorria na ditadura civil-milita iniciada em 64, a prisão foi arbitrária e realizada por fatores políticos, fato que levou uma comissão de parlamentares e ex-parlamentares (formada pelo senador Lindberg Farias (PT), pelos deputados federais Chico Alencar (PSOL), Jean Wyllys (PSOL), Stepan Nercessian (PPS) e os deputados estaduais Marcelo Freixo (PSOL) e Janira Rocha (PSOL)  e o ex-deputado federal Cyro Garcia (PSTU) ) a endossar o pedido de libertação entregue a justiça.

O juiz de plantão julgou que a libertação dos 13 ativistas colocaria em risco a “ordem pública” durante a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama e negou imediatamente o pedido.
“O juiz alegou que, como a visita ainda não terminou, a liberdade poderia ameaçar o ‘evento’ e ‘macular’ a imagem do Brasil”, conta Cyro Garcia, presidente do PSTU-RJ. “É um argumento tão rídiculo, que só mostra o quanto essa prisão é política. Parece haver uma ordem de só libertar o grupo depois que o Obama se for”, conclui.
No domingo, mais de 800 pessoas protestaram contra Obama, que discursava no Municipal e contra as prisões
O juiz manteve-se irredutível, o que motivou os parlamentares a preparar uma nota pública, em defesa do livre direito de manifestação e contra as prisões. Além da nota pública dos políticos, também circulou na internet, uma petição pública(que teve em menos de 3 dias, mais de 7200 assinaturas) exigindo a libertação imediata dos ativistas e revogação de todas as acusações sobre eles. Diversas entidades estudantis de todo o Brasil (como UNE e ANEL) também se solidarizaram com seus companheiros presos (como um membro do DCE-UFRJ, além do menor, que é membro do grêmio do colégio Pedro II de  São Cristóvao) e divulgaram ummanifesto unificado ratificando as exigências de garantia da democracia e liberdade de expressão.
Como se suspeitava, nesta segunda-feira, quando terminou a visita de Obama ao Brasil, os militantes encarcerados tiveram seus pedidos de Habeas Corpus aceitos e começaram, pouco a pouco a serem libertados. O primeiro foi o menor que estava no antigo Instituto Padre Severino (palco de diversas agressões aos direitos humanos dos menores) libertado logo cedo, depois a senhora conhecida como vovó tricolor que estava no presídio Bangu 8. À tarde, entre 17h e 18h as duas mulheres que também estavam no presídio Bangu 8 foram libertadas. E mais a noite, os 9 homens que estavam no presídio Ary Franco em Água Santa foram um a um liberados.
Às 17h, correligionários dos 13 presos que estavam sendo libertados, tentaram realizar um ato simbólico lavando com vassouras, água e sabão as escadarias do Teatro Municipal, onde discursou Obama no domingo, mas foram impedidos por policiais militares. 
Mesmo assim, os manifestantes lavaram a calçada da cinelândia (foto ao lado) em protesto contra os atos anti-democráticos praticados pelo estado fluminense.

Fica a pergunta: Numa democracia é plausível termos presos políticos? Vivemos realmente numa democracia?
(Em breve, mais atualizações.)

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