21 janeiro 2011
A capa da Rolling Stone de janeiro é aquela sempre lembrada foto de John Lennon nu, de olhos fechados, enrolando em uma Yoko Ono vestida e com o olhar perdido em algum outro pensamento enquanto tem a bochecha beijada pelo líder dos Beatles. A reportagem principal traz uma entrevista inédita de John Lennon à Rolling Stone norte-americana. Mas não é só isso que se destaca nessa edição.
Em uma revista cuja capa traz uma fotografia dessa grandeza, a sessão Conexão Brasilis apresenta um espetáculo de fotojornalismo. Uma reportagem fotográfica de oito páginas mostra, através das lentes de André Pessoa e das palavras de Mauricio Monteiro Filho, retratos da destruição ambiental do Brasil.
Através de imagens grandes e pequenos textos, a reportagem choca pelos extremos que mostra. Uma castanheira derrubada e sozinha no Mato Grosso, as matas do Cerrado substituída por carvoarias, a seca no Piauí, a madeira deixando de ser árvore para, em grandes quantidades, ser transportada por caminhões como em um cortejo fúnebre do meio-ambiente.
Ao contrário da lógica jornalística mais usual, de tratar as fotos como mero apoio, a reportagem da Rolling Stone faz das imagens a própria expressão dos fatos, apenas complementada pelas informações mais gerais contidas nos pequenos textos. A matéria parte do particular fotografado para, com as palavras escritas, chegar ao “universal”, à contextualização mais ampla de cada um dos problemas ambientais abordados ali, todos eles construídos pelo próprio homem.
Se falha em não chegar à proposta de soluções, a reportagem da Rolling Stone tem como grande mérito a perfeita combinação entre textos e imagens e a força das fotografias publicadas, principalmente quando aliadas às palavras que as contextualizam em um âmbito universal.
Postado por Alexandre Haubrich
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