Empresário diz, na CPI da juventude, que sofre ameaças de morte

O empresário Douglas Burchardt, proprietário da empresa DS Equipamentos de Sonorização, localizada em Canoas, Região Metropolitana de Porto Alegre, compareceu espontaneamente na manhã desta quinta-feira (24/2) à reunião da CPI do ProJovem, realizada na Câmara Municipal de Porto Alegre. A CPI foi instalada pela Câmara com o objetivo de apurar denúncias sobre possíveis irregularidades que teriam ocorrido na Secretaria Municipal da Juventude (SMJ) da Capital.
O envolvimento de Burchardt no caso deve-se a denúncias de que teria sido contratado, sem licitação, para participar de evento realizado pela SMJ, em novembro de 2009, durante a administração de Alexandre Rambo. Ele disse que vem sofrendo ameaças de morte e que precisa preservar a família e a empresa. “Por isso, decidi vir aqui para esclarecer os fatos”, disse Burchardt. Durante o depoimento, ele apontou Rafael Fleck, funcionário do gabinete do vereador Mauro Zacher (PDT) que estava presente na galeria do Plenário, e Adriano Belo como mentores das ameaças. Na oportunidade, Burchardt disse ter sido envolvido em briga política "entre Mauro Zacher e Juliana Brizola”.
Burchardt contou que trabalha na área de sonorização há 16 anos e que ele e a esposa, há dois anos, abriram uma empresa de locação de equipamentos para shows. “Então fomos contatados por Egberto Barbosa Alves, o Guto, para saber se minha empresa estava em dia com os impostos e se podia participar de evento promovido pela prefeitura”, relatou, explicando ter aceitado o convite.
Burchardt disse ainda que orçou o evento denominado Crack Nunca Mais, realizado na Usina do Gasômetro, e cobrou em torno de R$ 54 mil pelo serviço. “Quando recebi, em março de 2010, depositei R$ 15 mil em conta bancária para o Guto e fiquei com R$ 9 mil. O restante, em torno de R$ 30 mil, foi repassado a outras pessoas as quais não vou revelar os nomes”, disse o depoente. Ele disse, no entanto, que Guto saberia os nomes. “Fiz todas as tratativas com ele. Ele é quem sabe do envolvimento dessas pessoas.”
Gravação
O empresário também falou sobre uma gravação veiculada pela Operação Açorianos – investigação realizada pelo Ministério Público para apurar as denúncias e que corre em sigilo. "Como essa gravação foi parar na mídia se ela corre em segredo de justiça?”, questionou. Burkardt revelou que sabe o nome do servidor público que participou da gravação. "A mídia também sabe. Por que vocês, vereadores, não investigam a pessoa?”
No final dos trabalhos, Burchardt foi convidado pelos vereadores a participar de uma reunião fechada no Salão Nobre Dilamar Machado da Câmara. Lá, os vereadores fizeram contato com a Secretaria Estadual de Segurança Pública do RS, pedindo proteção ao depoente. “A partir de agora, ele e a família terão acompanhamento”, disse o presidente da CPI. Também ficou acertado o convite para que Guto compareça para depor na Comissão.

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