Egito - Constituição suspensa, parlamento dissolvido

O Globo

Dois dias após a queda do ex-ditador Hosni Mubarak , o Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito, que assumiu o poder, anunciou neste domingo que suspenderá a Constituição, dissolverá o Parlamento e formará uma comissão para redigir uma nova Carta Magna para o país. Os militares também informaram que governarão o país por seis meses ou até a realização de eleições.
O comunicado transmitido pela televisão atende a demandas dos manifestantes que protestaram por 18 dias, exigindo a saída de Mubarak e a transição para um governo civil e democrático. O oposicionista Ayman Nour, que disputou a Presidência com Mubarak em 2005, afirmou que a medida deve satisfazer os manifestantes.
- É uma vitória para a revolução - afirmou.


Militares dissolvem Parlamento e suspendem a Constituição no Egito dois dias após Mubarak cair


Agências internacionaisO Globo
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Policial é carregado por manifestantes durante manifestação no Cairo - Reuters
CAIRO - Dois dias após a queda do ex-ditador Hosni Mubarak , o Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito, que assumiu o poder, anunciou neste domingo que suspenderá a Constituição, dissolverá o Parlamento e formará uma comissão para redigir uma nova Carta Magna para o país. Os militares também informaram que governarão o país por seis meses ou até a realização de eleições.
"O Conselho Supremo das Forças Armadas vai gerir os assuntos do país por um período temporário de seis meses ou até o fim das eleições para o Senado e a Câmara e as eleições presidenciais", diz o comunicado, anunciando ainda o "estabelecimento de um comitê para alterar algumas cláusulas da Constituição e definir as regras para um referendo popular sobre isso."
O comunicado transmitido pela televisão atende a demandas dos manifestantes que protestaram por 18 dias, exigindo a saída de Mubarak e a transição para um governo civil e democrático. O oposicionista Ayman Nour, que disputou a Presidência com Mubarak em 2005, afirmou que a medida deve satisfazer os manifestantes.
- É uma vitória para a revolução - afirmou.
Após o anúncio, manifestantes convocaram uma marcha da vitória para a próxima sexta-feira.
Mais cedo, milhares de egípcios voltaram à Praça Tahrir, no Cairo, depois que militares tentaram retirar os manifestantes que continuavam no local. Tiros foram ouvidos no local, onde se concentraram os protestos iniciados em 25 de janeiro.
Exército decidirá destino do vice do ex-ditador
Em sua primeira entrevista coletiva após a renúncia de Mubarak, o primeiro-ministro egípcio, Ahmed Shafiq, afirmou também neste domingo que a prioridade do governo agora é garantir a segurança no país. Ele prometeu lutar contra a corrupção e garantir os direitos do povo.
Shafiq informou que os militares decidirão sobre o futuro de Omar Suleiman, designado vice de Mubarak durante a crise. Ele disse ainda que a situação econômica no Egito é estável. Sobre o destino de Mubarak, o premier disse acreditar que ele esteja no resort de Sharm el-Sheikh.
O gabinete do ex-ditador afirmou que, como pediu o conselho militar, permanecerá trabalhando no governo. Um porta-voz do gabinete afirmou que não recebeu qualquer solicitação para congelar os bens de Mubarak, mas caso receba cumprirá o pedido.
O ministro das Finanças do Reino Unido, Vince Cable, defendeu neste domingo uma ação internacional sobre os bens do ex-ditador . Até agora, apenas a Suíça anunciou o congelamento de seus bens.
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