Representantes do parlamento e chefes do executivo vão ter reajuste de até 149%

Deputados e senadores aprovaram aumento dos seus próprios subsídios. Para Lucídio Bicalho, assessor do INESC, "em geral, nenhuma categoria profissional teve um reajuste percentual tão grande. O fato de ser legal não torna essa medida legítima e ética".

Representantes do parlamento e chefes do executivo vão ter reajuste de até 149%
Senadores e Deputados no Plenário onde ocorreu a votação do reajuste (Foto: Agência Câmara)
A notícia do aumento do salários dos integrantes do executivo e legislativo assaltou as páginas de jornais, os noticiários das emissoras de TV e rádio, além da Internet. A façanha articulada dentro do parlamento durante o último mês, entre senadores e deputados, fez com que os parlamentares aprovassem num único dia, nas duas casas do Congresso, aumento de 61,8% em seus próprios subsídios, elevando-os dos atuais R$16,5 mil para R$26,7 mil.
O jornal “O Globo” fez as contas e divulgou que a “decisão de equiparar os próprios vencimentos - e também os do presidente da República, vice-presidente da República, e dos ministros de Estado - ao que recebem hoje os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) provocará um impacto direto, anualizado, de pelo menos R$136 milhões nos cofres do Congresso e de R$100 milhões no Executivo. Isso sem considerar todos os encargos trabalhistas, gastos com aposentadorias e pensões e também o efeito cascata que tal decisão deverá provocar nos salários de legislativos estaduais e municipais e nos cargos de confiança do governo federal. Estima-se que só nas assembleias legislativas nos 26 estados e mais no Distrito Federal o custo poderá ser de mais R$128 milhões por ano. E, nas Câmaras de Vereadores, de mais R$1,8 bilhão por ano, embora o reajuste dos vereadores, por lei, só possa ocorrer a partir do início de 2013.
Segundo Lucídio Bicalho, assessor político do INESC, “nenhuma categoria profissional, em geral, teve um reajuste percentual tão grande, isso não tem justificativa. O fato de ser legal não torna essa medida legítima e ética, pois ela está completamente fora da realidade do cidadão médio, do contexto social do país. Isso só alimenta o sentimento na população de que existe uma nobreza no âmbito da nossa República e que a pilhagem se reveste de legalidade, na forma de privilégios, nos diferentes Poderes ”.

0 comentário(s):

Postar um comentário

Deixe sua sugestão, crítica ou saudação juntamente com seu contato.

 

© 2009-2012 movimento contestação