“Bom dia, camarada. Mais um dia para buscar o pão e para se organizar nesse processo revolucionário”

Dona de um DNA liberal, as posições do Jornal Folha de São Paulo frente a temas de concepção de sociedade acabam sempre por fazerem coro ao pensamento único, e fato, mais em disputa política do que em razão. Por séculos formas não capitalistas de organização social eram tidas como antidemocráticas, hoje, pelo contrario, animações do formato autogestionário de organização de territórios de forma horizontal, onde se experimentam (discute-se e executa-se) da política a economia de forma concreta, são as expressões incontestáveis da democracia sendo radicalizada e ampliada. Sendo assim, frente a uma experiência de democracia sendo levada a mais ampla pratica de participação e horizontalidade, que faz um jornal que se diz um dos pilares da defesa da democracia? Simples, reduz a pauta e não informa. (*texto ainda sem revisão)
Por Lucio Uberdan.
Em “Nas comunas Chaves cria a sua utopia”, publicado hoje na pág. A16 Folha de São Paulo, temos a solução desse enigma, ou sendo mais raso, a demonstração da pergunta e resposta a questão acima. Não podendo lutar com a realidade da constatação da melhora substancial que a autogestão proporciona na comuna Pana 2021, seja política ou econômica, o jornal opta por uma abordagem terrorista, ainda que comedida.
E fato que o artigo não nega a frase mais potente da matéria: “aqui e muito mais barato, ponho o dobro de dinheiro para comprar carne em outro local”, de autoria da moradora Maria de Briceno (67), comunidade 23 de Enero, ao escolher uma peca de pernil no mercado comunal da Comuna. A Frase que ganha destaque no texto, deveria ser a senha para opção de seguimento de um artigo inteligente que comunica, afinal, por que a dona Maria paga mais barato um produto de primeira necessidade no Mercado Comunal? Informação e comunicação em primeiro lugar. Mas não foi a escolha do jornal.
Lutando contra a realidade e a boa informação, a Folha de São Paulo opta por dar outra dimensão e importância ao artigo, traz ao centro da questão por livre e espontânea vontade um tema infinitamente menor, descontextualizado, a disputa política partidária da Venezuela, da autogestão, tema que poderia ate ser abordado pelo viés da administração, temos agora mal traçadas linhas sobre política partidária. A oposição agora terá espaço no artigo para contra-atacar, de economia, democracia e desenvolvimento local, o texto transforma-se e rebaixa-se a simplórias questões eleitorais.
A prática autogestionária que traz benefícios diretos a comunidade, demonstrada nas primeiras linhas do texto serão “caladas”, a pratica será redigida como uma potente forma de manter Chavez no poder, organizar grupos extremistas e, no auge ficcional de Flavia Marreiro, a autogestão será uma afronta a democracia, a jornalista que nunca deve ter escutado sobre esse tema, acabara assim demonstrando a sua ignorância elevada a décima potência, e sem maquiagem.
Com a opção da ignorância como conceito, e o rebaixamento máximo das possibilidades da pauta como trajeto, o DNA da Folha poderá aflorar em toda sua potencialidade pelo texto da jornalista, ela sugere a comuna um ideário antidemocrático, apresenta o pensamento único, faz apologia ao terror e apóia a oposição Chavista.
A autogestão e a democracia direta serão pintadas e transformadas num ataque a democracia, em práticas antidemocráticas, motivo? A ampliação da participação, a politização popular e as relações econômicas mediadas por critério sociais que não o lucro privado. De fato uma afronta a democracia, só não sei qual Sra. Fátima.

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