Educação básica ruim cria oportunidades de negócio

DE SÃO PAULO

A baixa qualidade da educação básica no Brasil transformou os sistemas integrados de ensino numa enorme oportunidade de negócios. Desde julho, três aquisições foram anunciadas.
O crescimento da adoção dos sistemas pelas escolas principalmente as públicas, onde estão cerca de 90% dos 52,5 milhões de alunos é o que atrai investimentos.
"O segmento tem potencial explosivo. Os sistemas produzem melhora significativa no ensino e hoje há maior demanda por educação de qualidade", diz Gustavo Ioschpe, especialista em economia da educação. Com a aquisição dos sistemas de ensino da SEB, a Pearson entrou no
mercado atendendo 450 mil alunos, metade no ensino público.
A meta é estender esse número para 1 milhão em cinco anos e agregar ao material didático tecnologias de ensino a distância que a Pearson usa na Europa e nos EUA. O grupo já mira novas aquisições. "É um mercado de US$ 2 bilhões, um dos maiores do mundo", resume o
presidente da Pearson na América Latina, Juan Romero.
Quando a Abril Educação incorporou o grupo Anglo, seu presidente, Manoel Amorim, disse que a meta da empresa é continuar comprando e quintuplicar sua receita em cinco anos, atingindo a marca de R$ 2,5 bilhões, atual faturamento da Abril. Ontem, o BR Investimentos aportou R$ 226 milhões na Abril Educação, tornando-se acionista minoritário.
Na última semana, o fundo de capital nacional Buffalo Investimentos assinou um memorando para comprar por R$ 72,5 milhões o Universitário. A empresa, no entanto, continuou nas mãos de seu diretor-superintendente, Alexandre Scolfaro, que passou a ser o principal acionista do fundo.
"Temos R$ 900 milhões para comprar 15 grupos em um ano. Queremos passar de 45 mil alunos para 300 mil."

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