UFRGS - Comissão vai solicitar explicações da UFRGS sobre suposta repressão a estudantes

A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos irá solicitar explicações da reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) sobre a suposta represssão violenta praticada contra estudantes que protestavam em reunião sobre o parque tecnológico da universidade em março deste ano. O assunto foi debatido em audiência pública na AL nesta manhã (30). Nem a reitoria, nem a Brigada Militar enviaram representantes para participar da discussão.
O deputado e presidente da comissão, Dionilso Marcon (PT), lamentou as ausências da reitoria da UFRGS e da Brigada Militar. Para o parlamentar, a universidade deve ser palco de grandes debates e de grandes pesquisas, sempre feitos através do diálogo, como convém a uma instituição pública. "Queremos que a universidade explique quem solicitou ou reprimiu os estudantes no dia 5 de março, quem chamou a Brigada Militar, e da mesma forma será solicitado à Procuradoria Geral da República para que investigue os fatos", adiantou o parlamentar. Ele avaliou ainda que a Brigada Militar estaria fora da lei, pois não deveria intervir numa área sob jurisdição federal.
Manifestações
O estudante da UFRGS, Glauco Araújo, também lamentou a ausência da reitoria da universidade e da Brigada Militar no encontro. Ele relatou que os estudantes tomaram conhecimento no dia 3 de março que o projeto de instalação do parque tecnológico da instituição seria votado no Conselho Universitário, sem que os estudantes e funcionários tivessem a possibilidade de debater o tema. Mobilizados, estudantes e movimentos sociais buscaram dialogar com a reitoria para que, antes da votação do projeto, a comunidade universitária e a sociedade fossem ouvidas. No dia 5 de março, os manifestantes bloquearam a entrada da reitoria, no que teriam sido reprimidos pela segurança universitária. No episódio, quatro estudantes ficaram feridos e registraram boletins de ocorrência. No dia 16 de março, quando da votação do projeto pelo Conselho Universitário, novamente foi montado o mesmo aparato de segurança, quando foi verificado que os políciais estavam armados. "O precedente aberto pela segurança universitária é perigoso", concluiu Araújo.
Miguel Ribeiro, representante da Associação dos Funcionários da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Assufrgs), repudiou os episódios e a forma como a reitoria conduziu a situação. Ele lembrou que a instituição passou por longas greves, mas que, nos últimos anos, a repressão e a violência contra os estudantes, a exemplo do ocorrido em março, parecia pertencer ao passado. Ribeiro considerou a intervenção da Brigada Militar no episódio inaceitável.
A vereadora de Porto Alegre, Ferrnanda Melchiona (PSol), lamentou a falta de diálogo da reitoria com os alunos e movimentos sociais para debater os rumos da universidade. Ela solicitou que seja feita uma nota de repúdio aos atos de violência verificados por ocasião da votação do projeto do parque tecnológico da UFRGS.
A representante do Movimento dos Trabalhadores Desempregados e movimentos sociais, Cláudia Camatti, também lamentou a falta de diálogo da reitoria da universidade e defendeu que os projetos desenvolvidos pela instituição pública estejam alicerçados no diálogo com a comunidade.
Participaram ainda alunos e representantes de Diretórios Acadêmicos da UFRGS.


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