'Marcha das Vadias' cobra fim da exploração sexual no RJ

Gabriel Macieira
Cerca de 500 pessoas, que participam da "Marcha das Vadias", ocuparam na tarde deste sábado meia pista da avenida Alântica, no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ). Inspirado na "Slut Walk" do Canadá, o protesto teve início posto 4 da praia e foi marcado por palavras de ordem e cantos feministas contra a exploração sexual. Até os papas foram lembrados com o grito "se o papa fosse mulher, o aborto seria legal".
O evento mobiliza o bairro, onde centenas de curiosos observam a manifestação. Com o bloqueio parcial da pista, a avenida Atlântica registrou intenso congestionamento. O protesto deve terminar em frente a 12ª Delegacia de Polícia, responsável pela região.
A ideia da marcha canadense aconteceu depois que um policial, durante palestra em uma universidade local, ter afirmado que as mulheres deveriam evitar se vestir como vagabundas para não serem alvos preferenciais de estupros. A palestra se deu em um momento em que os casos de estupro estavam em evidência no Canadá.
Segundo os organizadores do ato público, no Rio de Janeiro a situação "é grave e preocupante". Um relatório do Instituto de Segurança Pública da capital fluminense mostrou que pelo menos 10 mulheres foram estupradas por dia em 2011. Dos 4.589 registros desse tipo de violência, 3.751 tiveram como vítimas meninas de no máximo 14 anos de idade.
Entre as reinvidicações do movimento, estão o direito de ir, vir e existir sem ser vítima da violência, atendimento de qualidade pelo SUS para todas as pessoas que sofrem violência sexual e a implementação efetiva da Lei Maria da Penha. Melhorias nas Delegacias Especiais de Atendimento às Mulheres (DEAMs) e capacitação de agentes da segurança pública sobre diversidade sexual também são cobradas pelos manifestantes.

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