Há exatos quarenta anos ocorria na Irlanda do Norte um massacre do exército contra vários civis inocentes e desarmados, que entraria pra história como uma das maiores tragédias do país. Conhecido como Domingo Sangrento, ocorreu quando um grupo de jovens resolveu fazer uma manifestação contra o governo britânico exigindo direitos civis, no qual o governo revidou com uma chacina, causando a morte de 14 jovens e deixando cerca de 26 feridos. Entre os jovens havia alguns menores e todos eles desarmados.
Mas esse caso vem hoje acompanhado de uma reflexão: Para que e para quem servem os exércitos, afinal? Qual a real necessidade de exércitos nos dias atuais? O Domingo Sangrento irlandês está longe de ser uma exceção, e poderíamos citar tantos outros massacres contra civis desarmados tanto em épocas passadas como nos dias atuais. No Brasil, inclusive, não é incomum o governo usar da força policial para reprimir manifestações. Temos o caso da USP recentemente, em que o governo de São Paulo usou cerca de 400 policiais e todo um aparato de guerra contra 17 estudantes que protestavam contra a repressão policial na universidade. Pode-se citar a invasão do Complexo do Alemão no Rio de Janeiro. E, mais recentemente, a retirada de milhares de moradores da região do Pinheirinho onde os militares usaram táticas brutais para dispersar milhares de moradores, atingindo inclusive crianças e mulheres. Poderiam ser citados tantos outros casos, mas é desnecessário. É mais do que evidente que a força militar tem sido usada basicamente contra o próprio povo ao invés de defender seus interesses.
Todos estes casos de terrorismo (sim, não podemos não considerar terrorismo esse tipo de barbárie) vêm acompanhados normalmente de diversas "justificativas", que visam persuadir o povo. Desnecessário também dizer que todos estes crimes são injustificáveis. NADA justifica o massacre a milhares de civis inocentes, trabalhadores e honestos em sua maioria, humildes e indefesos. NADA justifica atos que agridem os direitos humanos como tem acontecido e inclusive acobertado pela grande mídia. Não podemos continuar aceitando essa ação covarde dos governos porque os agredidos são "maconheiros", "pobres" ou "invasores". É preciso enxergar o próximo como ser humano apenas, buscando por um mínimo de dignidade. Pois é isso que todos somos. Não cabe a nós julgarmos atos de "vandalismo" de famílias em situação de desespero, tentando proteger sua família e sua terra. O mesmo se pode dizer de estudantes que lutam por mais democracia nas universidades e menos militarismo. Não podemos continuar criminalizando os movimentos sociais como o povo brasileiro em sua maioria tende a fazer. Pois, se assim fizermos, estaremos não sendo apenas massa de manobra, mas coniventes com todos estes acontecimentos.
Nossa própria bandeira traz estampada a frase "Ordem e Progresso". O problema é claro: busca tornar legítima a imposição da ordem por meio da força policial. Mas o que seria a ordem se não uma conseqüência do progresso e do bem estar social? Conquista-se a ordem com o progresso e não o inverso, como nos querem fazer crer. Policiais Militares e soldados não estão preparados para lidar com pessoas e não possuem qualquer compromisso ético com os direitos humanos. Seus métodos são notoriamente fascistas e desprezíveis. É impossível resolver esse problema se não com a completa extinção da conjuntura militarista que temos.
É preciso ir as ruas, expressar nossa indignação como for possível e jamais aceitar qualquer forma de repressão. Não precisamos de exércitos e polícia militar. Precisamos de mais educação e dignidade. Precisamos entender as manifestações populares a apoiá-las como pudermos, seja nas ruas ou nos meios de comunicação que possuímos. O exército nunca esteve e jamais estará a favor de nossos interesses, mas sim de interesses de uma minoria que detêm o poder.
Jamais aceitaremos calados qualquer ato que nos prive da liberdade, que é a coisa mais importante que podemos ter.
Deixo aqui apenas um video com alguns atentados recentes de militares contra manifestações populares ocorridas em Santa Catarina, que deixaram dezenas de feridos:
http://vimeo.com/11639619
É triste, desprezível e inaceitável. E como dizia Che Guevara:
"Os grandes só nos parecem grandes porque estamos de joelho".
Enquanto nos ajoelharmos perante os mandos e desmandos das autoridades, estaremos suscetíveis aos mais absurdos crimes contra nossos direitos. Porque, afinal, "idéias são a prova de balas" não é mesmo?
Mas esse caso vem hoje acompanhado de uma reflexão: Para que e para quem servem os exércitos, afinal? Qual a real necessidade de exércitos nos dias atuais? O Domingo Sangrento irlandês está longe de ser uma exceção, e poderíamos citar tantos outros massacres contra civis desarmados tanto em épocas passadas como nos dias atuais. No Brasil, inclusive, não é incomum o governo usar da força policial para reprimir manifestações. Temos o caso da USP recentemente, em que o governo de São Paulo usou cerca de 400 policiais e todo um aparato de guerra contra 17 estudantes que protestavam contra a repressão policial na universidade. Pode-se citar a invasão do Complexo do Alemão no Rio de Janeiro. E, mais recentemente, a retirada de milhares de moradores da região do Pinheirinho onde os militares usaram táticas brutais para dispersar milhares de moradores, atingindo inclusive crianças e mulheres. Poderiam ser citados tantos outros casos, mas é desnecessário. É mais do que evidente que a força militar tem sido usada basicamente contra o próprio povo ao invés de defender seus interesses.
Todos estes casos de terrorismo (sim, não podemos não considerar terrorismo esse tipo de barbárie) vêm acompanhados normalmente de diversas "justificativas", que visam persuadir o povo. Desnecessário também dizer que todos estes crimes são injustificáveis. NADA justifica o massacre a milhares de civis inocentes, trabalhadores e honestos em sua maioria, humildes e indefesos. NADA justifica atos que agridem os direitos humanos como tem acontecido e inclusive acobertado pela grande mídia. Não podemos continuar aceitando essa ação covarde dos governos porque os agredidos são "maconheiros", "pobres" ou "invasores". É preciso enxergar o próximo como ser humano apenas, buscando por um mínimo de dignidade. Pois é isso que todos somos. Não cabe a nós julgarmos atos de "vandalismo" de famílias em situação de desespero, tentando proteger sua família e sua terra. O mesmo se pode dizer de estudantes que lutam por mais democracia nas universidades e menos militarismo. Não podemos continuar criminalizando os movimentos sociais como o povo brasileiro em sua maioria tende a fazer. Pois, se assim fizermos, estaremos não sendo apenas massa de manobra, mas coniventes com todos estes acontecimentos.
Nossa própria bandeira traz estampada a frase "Ordem e Progresso". O problema é claro: busca tornar legítima a imposição da ordem por meio da força policial. Mas o que seria a ordem se não uma conseqüência do progresso e do bem estar social? Conquista-se a ordem com o progresso e não o inverso, como nos querem fazer crer. Policiais Militares e soldados não estão preparados para lidar com pessoas e não possuem qualquer compromisso ético com os direitos humanos. Seus métodos são notoriamente fascistas e desprezíveis. É impossível resolver esse problema se não com a completa extinção da conjuntura militarista que temos.
É preciso ir as ruas, expressar nossa indignação como for possível e jamais aceitar qualquer forma de repressão. Não precisamos de exércitos e polícia militar. Precisamos de mais educação e dignidade. Precisamos entender as manifestações populares a apoiá-las como pudermos, seja nas ruas ou nos meios de comunicação que possuímos. O exército nunca esteve e jamais estará a favor de nossos interesses, mas sim de interesses de uma minoria que detêm o poder.
Jamais aceitaremos calados qualquer ato que nos prive da liberdade, que é a coisa mais importante que podemos ter.
Deixo aqui apenas um video com alguns atentados recentes de militares contra manifestações populares ocorridas em Santa Catarina, que deixaram dezenas de feridos:
http://vimeo.com/11639619
É triste, desprezível e inaceitável. E como dizia Che Guevara:
"Os grandes só nos parecem grandes porque estamos de joelho".
Enquanto nos ajoelharmos perante os mandos e desmandos das autoridades, estaremos suscetíveis aos mais absurdos crimes contra nossos direitos. Porque, afinal, "idéias são a prova de balas" não é mesmo?
Leandro Costa Lopes
Estudante de Psicologia - Blumenau/SC
Disponivel em http://www.facebook.com/note.php?note_id=3209094191112
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