Iêmen: O governo se depara com um forte inimigo - as mulheres!

Assim como cresce o movimento revolucionário, cresce também a participação das mulheres nas manifestações públicas contra o regime de Ali Saleh, no poder há 32 anos.
O dia 24 de fevereiro no Iêmen foi marcado por uma manifestação inédita no país: mulheres protestando diante da Universidade de Sana contra o regime de Ali Abdullah Saleh. A manifestação foi parte das mobilizações de trabalhadores e jovens que desde o final de janeiro lutam pela derrubada de Saleh que está há 32 anos no poder.
As mulheres saíram em marcha para a praça próxima à Universidade de Sana que se tornou o palco principal dos protestos, e um acampamento dos manifestantes. O acampamento é o alvo principal também da repressão e por isso ganhou a adesão das mulheres.
O Iêmen é um dos países mais pobres do mundo árabe e a escassez de petróleo e outros recursos, fruto da crise capitalista mundial, têm levado a população à revolta. Revolta estimulada pelas manifestações vitoriosas do outro lado o Mar Vermelho, no norte da África.
O objetivo das mulheres na manifestação é a derrubada do regime, como dizia alguns cartazes "estamos cansadas de ti (Saleh)", mas também pretende questionar a situação atual da mulher iemenita e levantar suas as reivindicações próprias; como a pouca liberdade inclusive para organização e participação política.
Tais dificuldades restringem as possibilidades e oportunidades oferecidas às mulheres. Não é por acaso que o Iêmen seja conhecido mundialmente pela prática de casamentos forçados, entre meninas de até oito anos e idade com homens adultos em negociações realizadas com base no dote.
Por conta dessa realidade, a maior parte das ativistas que conseguem romper os grilhões e atuar politicamente acaba em organizações de Direitos Humanos. Muitas têm sido ameaçadas, perseguidas, processas e até presas no último período devido a denuncias contra a política do governo Saleh.
Essas foram as mulheres que participaram inicialmente dos protestos, acompanhando jovens e trabalhadores nas primeiras manifestações. Mas o desenvolvimento da mobilização tem levado cada vez mais mulheres para à ruas, como no protesto do dia 24, na defesa de seus próprios interesses e liberdades, mas também pela sua condição de vida e de sua família, contra a escassez de recursos e alimentos.


Fonte: Diário Liberdade -- http://t.co/XWZE6Zw

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