Tudo indica que foi um massacre planejado. Assim como há bons motivos para se acreditar que a loucura moveu o solitário autor dos tiros que mataram pelo menos 11 crianças e, por último, o próprio atirador. Crimes assim ocorrem vez ou outra nos Estados Unidos. Mas não por aqui. Não há notícia de caso semelhante no Rio de Janeiro — até a manhã desta quinta-feira, em que um luto coletivo ofuscou a luz do sol não só no estado, mas em todo o país. Não há nada que possa aplacar a dor das famílias das meninas e meninos que perderam as vidas dessa forma tão estúpida. Não se tem ainda a dimensão do trauma representado por essa dura experiência para as crianças sobreviventes. Precisamos de tempo para dar conta de todos os significados possíveis de um surto de violência como esse que interrompeu a rotina numa escola pública de um bairro modesto da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Além da solidariedade, temos de estudar o que é possível fazer para amenizar os danos sofridos pelas vítimas, por suas famílias, pela comunidade escolar, pelo Rio de Janeiro. Nossa equipe da Comissão de Direitos Humanos vai à escola Tasso da Silveira, aos hospitais onde há vítimas internadas, aos pais que perderam os seus filhos para compreender melhor as suas necessidades neste primeiro momento — como, por exemplo, o acesso à assistência médica, psicológica e social. Pela CPI das Armas, também há pelo menos uma providência imediata a tomar: solicitar da Polícia Civil que providencie o rastreamento da arma e da munição que foram utilizadas por Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, o jovem quieto, de poucos amigos, que voltou a sua antiga escola para protagonizar um crime dos mais tristes de nossa história. |
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